É um dos temas que têm merecido críticas nas redes sociais. A ministra da Cultura, Graça Fonseca, foi a uma cerimónia nos jardins do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, para uma apresentação de 65 obras de arte contemporânea. No final prestou declarações aos jornalistas e, quando uma jornalista da SIC lhe perguntou sobre as iniciativas do grupo União Audiovisual, que está a dar apoio a famílias de artistas carenciados, a resposta foi pronta e terminou a entrevista: “Só falo de arte contemporânea. Portanto, muito obrigada e vamos beber o drink de fim de tarde”. Foi assim que terminou também a peça televisiva da SIC sobre o evento (que decorreu segunda-feira), que estava ontem a ser partilhada em várias redes sociais, designadamente no Twitter.
Ora, o grupo União Audiovisual estará, neste momento, a apoiar entre 150 e 160 artistas afetados pela pandemia de covid-19 e sem trabalhos agendados ou com uma grande perda de rendimentos. Este grupo foi criado de modo informal e ajuda com bens alimentares. A iniciativa acabou por nascer algures em março, quando se perceberam os efeitos que a pandemia e o confinamento estavam a ter no setor da artes. Há uma parte substancial deste setor que tem vínculos precários e foram, de facto, dos mais fustigados pela crise económica e social.