A taxa de desemprego em Portugal deu sinais de subida no mês de junho, invertendo a tendência dos últimos meses. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego aumentou para 7%, enquanto a taxa de subtilização do trabalho chegou aos 15,4%.
“Para o aumento mensal da taxa de subutilização do trabalho neste mês, ao contrário do sucedido nos meses anteriores, contribuiu exclusivamente o aumento do número de desempregados e do subemprego de trabalhadores a tempo parcial, já que diminuiu o número dos inativos à procura de emprego mas não disponíveis para trabalhar e o de inativos disponíveis mas que não procuram emprego”, explica o gabinete de estatística.
Já no que diz respeito à população empregada, esta registou variações positivas de 0,1% face ao mês anterior e de -3,2% em relação aos três meses anteriores.
Ainda segundo a estimativa provisória do INE, no mês de junho, a população ativa situou-se em 5 008,8 mil pessoas, tendo aumentado 1,3% (63,9 mil) em relação ao mês anterior e diminuído 2,4% (120,8 mil) relativamente a três meses antes e 3,2% (164,3 mil) por comparação com um ano antes.
No mesmo mês a população desempregada – cuja estimativa provisória foi de 350,9 mil pessoas – registou um aumento de 21,2% (61,3 mil) em relação ao mês anterior, de 10,6% (33,7 mil) relativamente a três meses antes e de 3,0% (10,0 mil) por comparação com o período homólogo de 2019.
O gabinete de estatística não tem dúvidas: “A evolução do mercado de trabalho continua a ser marcada pelo impacto da pandemia covid-19”. E justifica: “Entre fevereiro e maio (estimativa definitiva), assistiu-se a uma forte redução do emprego de 3,8%. No entanto, essa redução não foi acompanhada por um aumento na taxa de desemprego (definição OIT), tendo até diminuído nesse período 0,5 pontos percentuais”.
Ainda assim, “aumentou significativamente o número de inativos que se integram em dois grupos que estão na fronteira com a população ativa: inativos que, embora pretendam trabalhar, não fizeram diligências ativas para procurar trabalho e inativos que, embora pretendam trabalhar e tenham procurado ativamente trabalho, não estavam disponíveis para iniciar trabalho na semana de referência ou nas duas semanas seguintes. Refletindo em larga medida esta situação, a taxa de subutilização do trabalho apresentou um comportamento inverso ao da taxa de desemprego”, diz o INE.
Para o mês de maio, o gabinete de estatística diz que a taxa de desemprego se situou em 5,9%, menos 0,4 pontos percentuais (p.p.) que no mês precedente, menos 0,5 p.p que há três meses e menos 0,7 p.p. que há um ano.
Já a taxa subutilização de trabalho situou-se em 14,6%, mais 1,2 p.p. que no mês precedente, mais 2,2 p.p. que há três meses e mais 1,6 p.p. que há um ano.