Uma ilha em Portugal

Quando o Instituto Nacional de Estatística divulga que os habitantes de Oeiras foram aqueles que, em 2018, de novo, maiores rendimentos usufruíram, isso deixa-nos orgulhosos, sobretudo porque é, também, uma medida de avaliação do desempenho da nossa governação.

por Francisco Rocha Gonçalves
Vice-Presidente da Câmara Municipal de Oeiras

Entendo que a missão de cada autarca, a minha missão, é trabalhar para a criação das condições para que todos os que residem, estudam ou trabalham no território que sirvo, tenham melhor qualidade de vida. Concorrendo para este objetivo, em Oeiras trabalhamos para captar investimento, criando condições para que as empresas se possam instalar no Concelho, desenvolver a sua atividade e prosperar.

A marca “Oeiras Valley”, que lançámos neste mandato, materializa esta visão. A existência de uma estratégia coerente, de longo prazo, assente no ordenamento e planeamento do território, com vista a objetivos concretos, torna-se visível na capacidade que Oeiras hoje tem de atrair habitantes e organizações, o que aparece espelhado na evolução de diversos indicadores, de crescimento e bem-estar.

Quando o Instituto Nacional de Estatística divulga que os habitantes de Oeiras foram aqueles que, em 2018, de novo, maiores rendimentos usufruíram, isso deixa-nos orgulhosos, sobretudo porque é, também, uma medida de avaliação do desempenho da nossa governação.

O rendimento bruto declarado médio por agregado fiscal, em Oeiras, foi de 28.015 euros, valor que cresceu 2,76% em relação ao ano anterior e que excede em mais de metade (53,4%) a média nacional, sendo o mais elevado entre os municípios portugueses. Ultrapassa Cascais em 9,5%, supera Lisboa em 9,7% e o Porto em 15,9%, o que é significativo. Por outra medida, o valor mediano por agregado fiscal, em Oeiras, ascendeu a 17.697 euros, o que representa mais 48,6% do que o valor mediano nacional. Mais uma vez, suplanta Cascais em 18,8%, supera Lisboa em mais de um quarto (26,2%) e o Porto em quase um terço (31,8%).

Em todos os municípios da Área Metropolitana de Lisboa, o rendimento bruto declarado mediano por agregado fiscal situou-se acima do valor nacional, fazendo com que esta região fosse a única das NUTS II a superar o valor nacional.

Não podemos deixar de nos sentir orgulhoso na ética de estudo e trabalho que procuramos todos os dias implementar, com vista a encontrar soluções para os problemas dos nossos munícipes. Fazemo-lo quando promovemos eventos culturais ou desportivos, no desenvolvimento de obras municipais, na educação ou na responsabilidade social, no investimento em políticas de ambiente ou saúde pública. Na verdade, em todas as vertentes da vida da comunidade.

É o que acontece, por exemplo, com a mobilidade, um tema central no desenvolvimento das áreas urbanas. Esta semana, anunciámos que os municípios de Oeiras, de Lisboa e de Loures vão unir esforços com o Metropolitano de Lisboa e a Carris para desenvolver um projeto de metro ligeiro de superfície entre Alcântara e Cruz Quebrada, e entre Santa Apolónia e Sacavém, com um total de mais de 24 quilómetros.

Trata-se de um investimento de cerca de 490 milhões de euros, para assegurar uma ligação rápida e estruturante de transporte público entre as zonas ribeirinhas dos municípios e os principais interfaces em Lisboa, com um âmbito que transcende os três municípios promotores e tem impacto ao nível da Área Metropolitana de Lisboa.

Estas duas notícias, uma retratando o passado e outra projetando o futuro, combinam a felicidade pelo alcançado com a ambição do futuro. Essa é a missão central do governante: definir estrategicamente o caminho, ajustando-o a cada momento. É desse caminho coletivo que os portugueses mais falta sentem. Há esse caminho, ou continuamos apenas com ilhas?