À semelhança do ocorrido nas eleições presidenciais de 2018, a oposição venezuelana comprometeu-se em boicotar as eleições legislativas de 6 de dezembro, afirmando que estas certamente serão manipuladas pelo Governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSVU), de Nicolás Maduro. Participar no ato eleitoral seria “colaborar com a estratégia da ditadura”, segundo os 27 partidos que assinaram o compromisso, este domingo.
A decisão surge após o Supremo Tribunal de Justiça nomear para a Comissão Nacional de Eleições venezuelana uma série de figuras vistas como favoráveis ao regime – a Constituição atribuí esse poder à Assembleia Nacional, cuja autoridade é disputada pelo regime de Maduro. Entre os vários partidos envolvidos no boicote às eleições estão os quatro principais da oposição, o Primeiro Justiça, de Henrique Capriles, o Ação Democrática, o Um Novo Tempo e o Vontade Popular, do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
A sua proclamação sustentava-se no facto de ser o presidente da Assembleia Nacional, mas o boicote das legislativas implica que a oposição não deverá estar representado na próxima assembleia: alguns deputados da oposição sugeriram tentar estender o seu mandato, para manter a legitimidade, segundo a Reuters. Entretanto, o impasse político continua na Venezuela, sem fim à vista.