A Polícia Judiciária está a realizar buscas domiciliárias e não domiciliárias no âmbito do processo das golas antifumo, que, entre outros, tem como arguidos, o ex secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves e o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Mourato Nunes.
"No âmbito de um inquérito, dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), em cuja investigação é coadjuvado pela Polícia Judiciária, encontram-se em curso quatro buscas domiciliárias e seis não domiciliárias", lê-se na nota publicada esta quarta-feira no site do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
As buscas decorrem em vários locais do país e contam com a participação de elementos da Polícia Judiciária, Especialistas do Núcleo de Assessoria Técnica (NAT) junto da Procuradoria-Geral da República e são dirigidas pela magistrada titular do inquérito que nelas participará, detalha o Ministério Público, referindo ainda que as investigações prosseguem sujeitas a segredo de justiça.
De acordo com a mesma nota, investigam-se os factos "suscetíveis de integrarem crimes de fraude na obtenção de subsídio, corrupção passiva, participação económica em negócio ou abuso de poderes, bem como do crime de branqueamento".
O processo tem sete arguidos por suspeitas de fraude na obtenção de subsídio num valor superior a 125 mil euros e investiga os negócios realizados no âmbito do programa Aldeia Segura/ Pessoas Seguras.
Recorde-se que o então secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, demitiu-se em setembro do ano passado. O pedido de demissão foi conhecido no dia em que a PJ fez buscas no Ministério da Administração Interna, na sede da Proteção Civil e na Foxtrot, empresa fornecedora das golas antifumo.