A Direção-Geral de Saúde (DGS) está a analisar as propostas do PCP para a realização da Festa do Avante! nos dias 4, 5 e 6 de setembro, no Seixal. Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde, um dia depois da apresentação do evento, admitiu que podem ser necessários "ajustes" devido à pandemia.
Na apresentação da edição de 2020 da Festa do Avante!, nesta terça-feira, Alexandre Araújo garantiu que a DGS conhece "a lotação habitual da Festa do Avante", que "se aproxima dos 100 mil".
Os comunistas não estão a prever nenhuma limitação à lotação da festa e garantem que estão reunidas as condições de segurança e higiene. O dirigente comunista realçou que este ano a festa vai realizar-se num "espaço muito amplo, mais aberto, com menos construção do que em anos anteriores, exatamente para permitir maior distanciamento entre as pessoas".
Na página oficial do PCP é possível encontrar resposta a algumas das questões que têm surgido por causa da pandemia. Os comunistas explicam, por exemplo, que a organização da festa está a ser feita em articulação com "as entidades competentes e avaliando a evolução da situação epidemiológica". Neste espaço, o PCP responde também às críticas daqueles que acusam o partido de irresponsabilidade. "Quando alguns têm direito a fazer festas na Quinta do Lago ou na Comporta, os trabalhadores são empurrados para transportes lotados para ir trabalhar, mas apenas para trabalhar. Para o PCP, o lazer, o convívio e a cultura não podem ser privilégios, têm de estar acessíveis a todos e é possível fazê-lo em segurança".
A Festa do Avante! vai realizar-se com várias mudanças devido à pandemia. A área disponível foi aumentada em 10 mil metros quadrados, passando agora o recinto total a ter 30 hectares, o número de palcos e iniciativas reduzido e a programação de teatro e cinema será feita ao ar livre.
Outra das garantias dada pelos responsáveis da festa é que a venda de bebidas alcoólicas vai respeitar as "regras em vigor".
DGS admite ‘ajustes’
A decisão da DGS deverá ser conhecida em breve. Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde, disse, em conferência de imprensa, na quarta-feira, que "há um conjunto de critérios que estão a ser avaliados" e "certamente haverá possibilidade" de dialogar com "a comissão organizadora para eventuais ajustes relativamente às propostas que foram remetidas nos diferentes documentos no sentido de perceber qual é a forma de minimização de risco".
O responsável da DGS lembrou que "todos os eventos têm as suas particularidades" e as decisões das autoridades de saúde são tomadas "caso a caso".