“Foi uma consternação”. As palavras são de André Castanheira, presidente da escola de samba Sócios da Mangueira, na Mealhada, distrito de Aveiro, cuja sede foi totalmente destruída por um incêndio de grandes dimensões, na madrugada de domingo.
“Ficámos sem nada”, começou por contar ao i, lembrando como tudo aconteceu. “Depois do incêndio, fui dos primeiros a lá chegar, mas entretanto, poucos minutos depois, chegou lá grande parte da escola. Foi uma consternação. Porque são 42 anos. As lembranças, as fotografias, a primeira ata de 1978 que fizemos, todas as apresentações de contas. Estava tudo organizado, até os recortes de jornais. Tínhamos um espólio incrível. E estávamos nesta sede há 20 anos. Aquilo antes era uma espécie de um aterro. Fomos para lá e construímos aquilo. Só sobraram quatro paredes e ficámos sem nada”, revelou.
Mas agora, há que pensar na reconstrução. E a ajuda por parte de várias entidades tem-se revelado fundamental. “Já estamos desde domingo à noite com reuniões entre os sócios e a direção para planear a recuperação. Já temos garantido o apoio da Câmara Municipal da Mealhada. Vão doar o dinheiro que vier do seguro e depois querem reconstruir a sede. E a reconstrução é preciso ser estudada. Têm sido incríveis desde o primeiro momento”, elogiou André Castanheiro, não esquecendo de agradecer também a outras escolas que já manifestaram o interesse de lhes ceder o espaço para treinarem.
“Há muitas empresas de construção aqui do concelho que também nos estão a apoiar com materiais. A Associação de Carnaval da Bairrada fez-nos, logo no dia a seguir ao incêndio, um donativo de cinco mil euros. E várias escolas de samba do país, através do Facebook, têm-nos mandado mensagens para o caso de precisarmos de instrumentos, uma vez que ficámos sem nada. De Sesimbra, de Ovar, até já nos quiseram ceder o espaço deles enquanto a nossa sede não é reerguida. A cada dia que passa, tenho sido contactado por várias escolas. Agradeço muito”, rematou.
O alerta para o incêndio, recorde-se, foi dado pelas 4h, mas, quando os bombeiros chegaram, o edifício já estava totalmente consumido pelas chamas.nevoeiro e fumo dificultam trabalhos no Gerês As difíceis condições atmosféricas complicaram os trabalhos aos operacionais que continuam no combate ao incêndio no Parque Nacional da Peneda-Gerês, em Lindoso, Ponte da Barca, que lavra desde sábado. No entanto, pela hora de almoço desta segunda-feira os bombeiros já contavam com o apoio de sete meios aéreos.
“Os meios aéreos são muito importantes para estes homens que estão perante condições muito difíceis e exigentes. Está a ser feito um trabalho notável por estes operacionais”, sublinhou o autarca de Ponte da Barca, Augusto Marinho, à Lusa. À hora de fecho desta edição, cerca de 270 operacionais encontravam-se ainda no teatro de operações.