O presidente da Juventude Popular garante que está a ser alvo de insultos e ameaças desde que lançou um abaixo-assinado contra a realização da Festa do Avante! por causa da pandemia. “Por mais que a extrema-esquerda nos ameace, não vergaremos ao poder instalado e à ditadura de opinião em que vivemos atualmente em Portugal. Por mais que procurem condicionar a nossa liberdade, por mais ameaças que façam, seremos sempre um tampão aos extremismos, de esquerda e de direita”, afirmou, em declarações à agência Lusa, o presidente da Juventude Popular.
Francisco Mota diz que recebeu “ameaças de todo o tipo” e “insultos baratos” depois de ter lançado esta iniciativa para travar a realização da festa do PCP. O líder dos jovens centristas revelou que a petição já conta com quase cinco mil assinaturas.
O documento dirigido ao primeiro-ministro realça que “será de uma gravidade sem precedentes, se a coberto de uma manifestação política for permitido fazer aquilo que não é admitido a milhares e milhares de portugueses e a centenas de empresários e de artistas. O Governo perderá toda a autoridade moral e política, se consentir a uns o que não autoriza a outros”.
festa com restrições As restrições que vão ser aplicadas à festa comunistas, nos dias 4, 5 e 6 de setembro, no Seixal, estão a ser avaliadas com as autoridades de saúde, mas o PCP já veio garantir que “o número de presenças em simultâneo na festa será de um terço da capacidade licenciada”. Ou seja, o recinto não poderá ter mais de 33 mil pessoas ao mesmo tempo.
Com esta medida, o partido comunista garante que estão reunidas as condições para cumprir o distanciamento social. “Cada um pode usufruir de uma área superior à que está estabelecida para a frequência de praias”.
A decisão do PCP de realizar a Festa do Avante! tem sido alvo de muitas críticas, principalmente vindas do PSD e CDS. Os comunistas já condenaram aquilo que classificam como uma “campanha contra a Festa do Avante! pretendendo a sua estigmatização, procurando impor-lhe limitações excecionais que não vigoram nas múltiplas expressões da vida social e cultural, e pôr em causa direitos políticos que o povo português alcançou com o 25 de Abril”.
O Governo garantiu que não haverá exceções para a festa comunista. A ministra Mariana Vieira da Silva disse, na semana passada, que a organização da festa “é da exclusiva responsabilidade” do PCP e “não existirá para esta iniciativa qualquer exceção às regras vigentes”. Mariana Vieira da Silva realçou que “a Constituição e a lei não permitem proibir qualquer iniciativa e qualquer atividade política. Nenhuma realização ou atividade politica depende de uma autorização do Governo”.