O endividamento do setor não financeiro atingiu 735,4 mil milhões de euros em junho, divulgou esta quinta-feira o Banco de Portugal (BdP). O endividamente da economia portuguesa agravou-se assim para 360% do PIB, acima dos 340,8% verificados em março, e representa o valor mais elevado em dois anos.
Ainda assim, olhando só para junho, os dados significam uma descida de mais de cinco mil milhões de euros face ao máximo histórico de 740 mil milhões registado em maio – e interrompe um ciclo de cinco meses consecutivos sempre a subir.
“No final do primeiro semestre de 2020, o endividamento do setor não financeiro situou-se em 735,4 mil milhões de euros, dos quais 327,5 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 407,9 mil milhões de euros ao setor privado. Relativamente ao final de 2019, o endividamento do setor não financeiro aumentou 16,7 mil milhões de euros. Este aumento deveu-se aos acréscimos de 10,1 mil milhões de euros do endividamento do setor público e de 6,6 mil milhões de euros do endividamento do setor privado”, refere a nota do BdP.
O banco central acrescenta ainda que “o incremento do endividamento do setor público refletiu-se, sobretudo, no crescimento do endividamento face ao setor financeiro (8,7 mil milhões de euros) e face ao setor não residente (1,3 mil milhões de euros)”.
“No setor privado, o endividamento das empresas aumentou 5,7 mil milhões de euros, refletindo o crescimento do financiamento face ao setor financeiro (8,9 mil milhões de euros). Este acréscimo foi parcialmente compensado pela diminuição do endividamento junto das empresas e do setor não residente. O endividamento dos particulares aumentou 0,9 mil milhões de euros, sobretudo através da subida do endividamento face às empresas e ao setor financeiro”, indica o relatório.