Na conferência de imprensa desta sexta-feira, que contou com a presença da diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e o presidente da Infarmed, Rui Ivo, foram abordados vários assuntos como a vacina na qual Portugal investiu 20 milhões de euros contra o novo coronavírus e o início do novo ano letivo, programado para setembro.
Sobre o investimento do Governo de 20 milhões de euros na vacina, que está em fase de estudo, a diretora-geral da Saúde diz que caso esta seja bem sucedida, os grupos vulneráveis e os cuidadores serão os primeiros a ter acesso à vacinação, que deverá chegar no final do ano.
O presidente da Infarmed, Rui Ivo, sublinhou que ainda existe muita coisa para perceber em relação à dosagem e às prioridades da vacinação. "Estamos num processo muito antecipado. Estamos a fazer as negociações muito cedo face ao desenvolvimento da vacina, estamos a antecipar o processo", disse o responsável. "Temos de saber se vamos administar uma ou mais doses, assim como a que grupos a que se destinam primordialmente, para que seja delineada a estratégia de vacinação", tendo em conta as diferentes vacinas e o momento em que vão chegando, acrescentou Rui Ivo.
Das 126 vacinas em desenvolvimento há 26 que estão em fase clínica, sendo que há quatro que estão mais avançadas. "É uma luz que se começa a avistar ao final do túnel", disse o secretário de Estado da Saúde sobre a vacina, alertando, por outro lado, que até à chegada de uma vacina, a única forma que temos de nos proteger é a "prevenção e preparação".
Questionada sobre se será obrigatório tomar a vacina, Graça Freitas diz que esta decisão ainda não foi tomada. "A decisão terá de depender de uma análise profunda na sociedade e da caracterização da vacina", respondeu a diretora-geral da Saúde. "A lei portuguesa permite que se torne uma vacina obrigatória para defesa da saúde pública. Se assim for entendido, será, mas vamos ter de esperar", referiu ainda.
Foi ainda abordada a questão das vacinas contra a gripe adquiridas pelo país. Graça Freitas diz que existem 2,5 milhões de doses disponíveis. "Nós temos de vacinar o maior número de pessoas contra a gripe. O objetivo é proteger grupos de risco e evitar confundir os sintomas com covid-19 e outras doenças", afirmou.
Sobre o início do ano letivo, Graça Freitas sublinha que não é possível dizer que este regresso tenha "risco zero". "Estamos a fazer um referencial para ajudar a avaliarem o risco e a tomarem as medidas", disse a diretora-geral da Saúde, afirmando que o desporto escolar irá ser uma questão que irá ser pensada mais tarde. "Entendemos que temos de voltar à vida normal, mas há coisas que devemos faze-lo de forma faseada", refere a diretora-geral da Saúde. O desporto escolar "será faseado por escalões, por modalidades para irmos controlando o risco de contacto entre as pessoas", afirma.
No país, existem 70 lares de idosos com casos positivos de covid-19, "o que corresponde a 2,8 %" do total de utentes. Existem 532 utentes e 229 profissionais, dos quais 102 estão internados. O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que estão agendadas mais de mil visitas às cerca de 2600 residências de idosos, de modo a garantir um acompanhamento mais próxima das instituições.