Os precários da RTP inscritos no Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAV) enviaram ontem uma carta aberta ao primeiro-ministro, António Costa, e também aos Ministérios da Cultura e das Finanças sobre a possibilidade da jornalista Cândida Pinto poder vir a ser de novo integrada nos quadros depois de, supostamente, ter ficado com uma avença de 9 mil euros, tal como avançou o SOL.
Numa nota dirigida à comunicação social, os trabalhadores dizem que a carta mostra a “total indignação e discordância com a RTP (e Governo) devido à eventual contratação da jornalista Cândida Pinto para os quadros da RTP”. “Não entendemos como pode tal hipótese sequer ser pensada quando existem cerca de 200 trabalhadores inscritos no PREVPAP que continuam com a sua situação laboral por regularizar. É igualmente ultrajante que o rendimento da referida jornalista seja acima da tabela salarial para o efeito (9 mil euros por mês)”, lê-se no texto.
Ainda assim, os trabalhadores defendem nada ter contra a jornalista em questão e garantem que será sempre bem vinda à estação pública “conquanto se respeite a lei (nomeadamente de equidade) e os demais trabalhadores”.
A carta a que o i teve acesso, dividida em 15 perguntas que os trabalhadores pretendem ver esclarecidas, questiona o Governo e os ministérios sobre vários aspetos da jornalista Cândida Pinto e dos precários da estação, bem sobre como a alegada diferença de tratamentos. “Será este Governo conivente com tanta ilegalidade, má-fé, má conduta e má gestão?”, finalizam, acrescentando que “as contratações a serem efetuadas no âmbito do PREVPAP têm acolhimento no Orçamento do Estado. A restrição sobre contratações não se aplica a estes casos. O Orçamento do Estado coloca restrições ao recrutamento de novos trabalhadores e, no caso dos precários inscritos, não se trata de recrutar novos trabalhadores, mas sim de regularizar a situação de trabalhadores que já existem na RTP, em alguns casos, há décadas”.
Nesse sentido, os assinantes da carta defendem que “urge e é imperativo” que o Governo veja a situação da RTP “e cumpra a lei que o próprio criou, nomeadamente a integração urgente dos trabalhadores (esses, sim) que recorreram ao instrumento legal para a regularização da sua situação laboral, nos quadros da RTP”.