Há um ano e três meses, Gonçalo Guedes vestiu a capa de super-herói na final da primeira edição da Liga das Nações, disputada no Estádio do Dragão, que colocou Portugal frente à Holanda. O relógio marcava uma hora de jogo quando o avançado do Valência disparou de fora da área depois de ter sido servido por Bernardo Silva. O golo solitário do ex-Benfica entregou à seleção portuguesa o segundo troféu da sua história, depois da inédita conquista no Campeonato da Europa 2016, em França, já sob a orientação de Fernando Santos. Este sábado, Portugal volta a entrar em ação, precisamente no mesmo palco onde comemorou o triunfo no verão de 2019. Hoje à noite, no Dragão, a equipa das Quinas inicia a defesa do título na mais recente prova da UEFA, frente à vice-campeã mundial, a Croácia, numa partida que marca o arranque do Grupo 3. As expetativas mantêm-se: vencer. O encontro com os croatas marca ainda o regresso da seleção portuguesa aos relvados, uma vez que Portugal não conta com qualquer jogo em 2020 devido aos constrangimentos provocados pela pandemia de covid-19. O último jogo remonta a novembro do ano passado, altura em que os comandados de Fernando Santos venceram por 2-0 no Luxemburgo, garantindo a qualificação para a fase final do Euro 2020 – prova que também devido ao coronavírus teve que ser empurrada para o verão do próximo ano. Depois da partida com os croatas, Portugal volta a entrar em campo já na terça-feira, na jornada 2 do agrupamento, desta feita frente à Suécia, em Solna, nos arredores de Estocolmo. Cumprido este segundo desafio, a prova terá entretanto uma pausa, com o regresso luso agendado para o mês de outubro, altura em que acontecerá o jogo grande do agrupamento, com Portugal a defrontar a França, última seleção a integrar este grupo. Será, de resto, um encontro especial, uma vez que irá colocar frente a frente o atual campeão da Europa ao campeão do Mundo. Recorde-se que a equipa das quinas bateu na final do Euro 2016… os franceses, que foram naquele ano os anfitriões da prova. Os les bleus afogaram entretanto as mágoas desta derrota com o triunfo no Mundial 2018, na Rússia. A formação orientada por Didier Deschamps goleou (4-2) no jogo derradeiro o adversário que Portugal vai encontrar hoje, a Croácia. Oficialmente iniciada a contagem decrescente para o primeiro jogo da seleção nacional nesta segunda edição da Liga das Nações, alguns dos principais protagonistas do plantel já comentaram o regresso à competição das memórias felizes. Lembrando que a prova até pode ter sido inicialmente menosprezada por algumas seleções, Gonçalo Guedes disse que a equipa portuguesa sempre contrariou este tipo de pensamento, tendo competido com o intuito de vencer, como, aliás, ficou comprovado da melhor forma."A Liga das Nações foi importante porque não eram simples jogos amigáveis. O mister Fernando Santos disse-nos desde a primeira hora que aquela era uma competição na qual entrávamos para ganhar. Se calhar muitas seleções não deram muito valor à Liga das Nações, mas quando viram a final-four, acredito que pensaram que gostariam de estar lá", afirmou à TVI. "Não é um grupo fácil. Temos seleções com grandes jogadores, com nome a nível internacional. São das seleções mais fortes do mundo, mas também sabemos que temos muito valor e vimos de duas competições que ganhámos [Europeu e Liga das Nações] e as outras equipas também nos olham com respeito. Temos de fazer tudo para que esse respeito se mantenha, ganhando o máximo de vezes possível. Sabemos que temos uma responsabilidade pelo que ganhámos, mas é uma responsabilidade boa", rematou. Também Bernardo Silva confirmou que as expetativas são altas e alertou para os perigos que a vice-campeã do mundo pode criar à equipa lusa: "É uma seleção muito forte, que conhecemos bem. São vice-campeões do mundo e não é preciso grandes palavras para perceber a dificuldade que vai ser este jogo, mas Portugal quer sempre ganhar. A Croácia tem jogadores tecnicamente muito fortes, que gostam de ter a bola. Não vai ser fácil. Temos de estar organizados". "Depois do Euro e da Liga das Nações, as expectativas são altas, mas é sempre difícil. As outras equipas são muito fortes e não estamos a jogar sozinhos. Mas, a ambição mantém-se", concluiu o médio de 26 anos. Destaque ainda para Cristiano Ronaldo, já que a presença do capitão da seleção nacional no jogo de hoje continuava ontem em dúvida. O avançado da Juventus apresenta uma infeção num dedo do pé direito e ainda não era certo que estivesse recuperado a tempo do encontro frente aos croatas de Modric.