André Ventura rejeita "acordos que revoguem a identidade" na moção de estratégia que levará ao congresso do Chega, previsto para 19 e 20 de setembro. O documento responde a Rui Rio – que admitiu entendimentos com um Chega ‘mais moderado’ – e garante que o futuro do partido passa por "continuar sem cedências ou contemplações a luta contra o sistema político, económico e cultural instalado". André Ventura assume como uma das prioridades a defesa de "uma profundíssima revisão constitucional" nas áreas da justiça, da economia e do sistema político. "Serão uma das grandes prioridades deste meu novo mandato, se obtiver a confiança dos militantes", garante.
Ventura, que se demitiu da liderança em abril contra aqueles que considera que boictam a direção do partido, justifica a recandidatura com a necessidade de "mobilizar os portugueses" para "defender a economia, o emprego e a soberania nacional num momento em que os alicerces comuns parecem abalar". O fundador do Chega garante mesmo que é "o principal continuador em Portugal de homens como Sá Carneiro".
Uma formação que mereceu críticas da histórica militante do PSD Virgínia Estorninho. "Sá Carneiro não era de direita, era social-democrata. Combateu antes e depois do 25 de Abril os extremismo da direita", escreveu nas redes sociais.
Na moção de estratégia Mobilizar Portugal, Ventura defende que o país "o país encontra-se numa enorme encruzilhada”, porque tem "um Governo minoritário incapaz de lidar com uma gigantesca crise sanitária, económica e social que se abateu sobre Portugal e sobre a Europa" e um Presidente da República "completamente inativo e cúmplice do Governo". Ventura considera ainda que o "centro-direita e direita" deixeram de existir e o CDS está a "desaparecer progressivamente".