O provável regresso a Portugal de António Horta Osório – que anunciou em julho passado a saída da presidência executiva do Lloyds Bank no final do mandato, em meados de 2021 – está a agitar os meios políticos, financeiros e empresariais da sociedade portuguesa. De ambições políticas (uma eventual entrada na corrida à Câmara de Lisboa), à rendição de António Mexia na presidência da EDP (Miguel Stiwell de Andrade foi nomeado para o cargo apenas como interino) ou a líder do processo de fusão entre o Millennium bcp e o Novo Banco para criar a maior instituição financeira nacional, capaz de concorrer com a banca espanhola, passando pela liderança executiva da Sonae são apenas alguns dos cenários que têm vindo a ser equacionados para o futuro ex-gestor do Lloyds Bank.
Para já, a única certeza é que António Horta Osório vai continuar administrador da Fundação Champalimaud, depois de ter sido reconduzido no cargo para um novo mandato de cinco anos na reunião de terça-feira passada do Conselho de Curadores da instituição liderada por Leonor Beleza.
Nem o regresso a Portugal é ainda certo
Horta Osório tem a responsabilidade pelo pelouro financeiro da Fundação há dez anos.
O Conselho de Curadores aprovou também a recondução de João Silveira Botelho.
Recorde-se que António Champalimaud entregou a presidência da Fundação a Leonor Beleza, por testamento e de forma vitalícia.
Fonte próxima do banqueiro confirmou ao SOL_que Horta Osório poderá acumular o cargo de administrador financeiro da Fundação Gulbenkian com qualquer outra atividade, já que os estatutos da instituição não o impedem, mesmo tratando-se de atividade política.
Por outro lado, o SOL apurou que Horta Osório ainda não tomou qualquer decisão sobre o projeto que abraçará após a saída do Lloyds Bank: nem mesmo é ainda certo que o seu futuro próximo passará por um regresso a Portugal.
Ora, é precisamente esta incerteza quanto ao futuro de Horta Osório que está a gerar mais burburinho nos corredores dos diferentes poderes do burgo.