As criancinhas

Eu sei que nos tempos que correm a maioria dos pais não tem tempo nem paciência para educar as crianças, e prefere deixá-las assim ao Deus dará (como se costuma dizer).

Pedro d'Anunciação

Pergunto-me, como pai de 8 filhos e avô de uma quantidade de netos, porque um jornal se preocupa tanto em que não sejam tomadas medidas a favor da saúde das criancinhas, e ataca tanto a directora-geral da Saúde por sujeitar os mais pequenos às práticas mais normais de sanidade (quando havia muito mais para a atacar).

Eu sei que nos tempos que correm a maioria dos pais não tem tempo nem paciência para educar as crianças, e prefere deixá-las assim ao Deus dará (como se costuma dizer). A não ser que as aproveitem para fazer as suas políticas (como parece suceder com aquele pai do Norte, a propósito de certas aulas de cidadania, com as quais é fácil não concordar). Quando vivia em Espanha (entre Janeiro de 89 e Setembro de 2002) j já conheci muita gente que se sentia assim, incapaz de perder tempo com educações. E até diziam, dos meninos malcriados, muitíssimos, que tinham ‘mucho genio’ (muito génio) – uma maneira de desculpar todos – meninos malcriados e pais sem paciência para educações.

Como era inevitável, vamos pelo mesmo caminho. No fundo, já íamos, mas mais devagar.