por Luís Jacques
Engenheiro civil
Foi posto a nu, no Observador, a ‘teia’ do PS em Reguengos de Monsaraz com a captura de cargos políticos e públicos por socialistas, que vão desde a Câmara Municipal, à Fundação dona do lar, ao Lar de idosos, à estrutura regional da Segurança Social, à estrutura regional da saúde, à associação de bombeiros voluntários, à Santa Casa da Misericórdia, às escolas profissionais e até ao clube de futebol.
O problema é que não é só em Reguengos que isto acontece, é no país inteiro! Há muitos anos que já estamos na mexicanização do regime!
O PS além de ter tomado o aparelho do Estado e as empresas públicas, controla a sociedade através dos outros cargos, nas estruturas regionais da segurança social, da saúde e do ensino, nas misericórdias, nos bombeiros, no futebol, em que podem nomear ‘boys & girls’ socialistas, seus familiares e amigos.
Os socialistas estão no poder desde 1995, ou seja, há 25 anos, com exceção dos períodos em que deixaram o país de tanga em 2001 e na bancarrota em 2011, em que o PSD e o CDS/PP tiveram de resgatar o país com programas de austeridade da responsabilidade dos socialistas.
Com os socialistas no poder a economia portuguesa não cresceu nos últimos 20 anos. O Partido Socialista é responsável pelas últimas duas crises, uma em que o primeiro-ministro António Guterres se demite, em 2001, por causa do pântano e a outra quando o primeiro-ministro José Sócrates deixou o país na bancarrota, em 2011, em que os portugueses sofreram duros programas de austeridade, a última até com a vinda da troika.
O Partido Socialista tem um ex-primeiro-ministro e ministros acusados de crimes gravíssimos, no exercício das suas funções, como corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Muitos dos ministros e secretários de estado dos governos de José Sócrates estiveram e estão nos governos de António Costa, a começar pelo próprio.
Os socialistas perderam as eleições de 2015 e fizeram a geringonça, com os comunistas e bloquistas, para poderem voltar ao poder.
Antes de António Costa, os socialistas não permitiam que as reformas, necessárias ao país, fossem feitas pelos outros partidos, a não ser que tivessem maioria absoluta. Embora houvesse reformas que necessitavam da maioria de 2/3 dos deputados. Os socialistas só faziam as reformas quando estavam no governo, para assim justificar a necessidade da sua eleição. Com António Costa, como precisa do apoio dos comunistas e bloquistas, já nem quando o PS está no governo faz as reformas necessárias.
Como é possível tudo isto ter acontecido e os socialistas terem ganho as eleições em 2019? Deve ser caso único no mundo, que devia ser estudado.
Para mim uma das razões deve-se ao facto do Presidente Marcelo ter normalizado a geringonça como se fosse uma coisa normal os socialistas aliarem-se a partidos da extrema-esquerda que são contra o capitalismo, a favor do comunismo, que são contra a União Europeia, são contra a NATO, são contra o Euro e sempre apoiaram a União Soviética, os países de leste, a Coreia do Norte, Cuba, Venezuela e outros países que são contra a liberdade e a democracia.
O Presidente Marcelo sempre desvalorizou as falhas, os erros e as omissões do Governo da ‘geringonça’, permitindo que o primeiro-ministro António Costa, o ministro das Finanças, o ministro da Defesa e os outros ministros mentissem aos portugueses com a narrativa socialista do «virar a página da austeridade», sobre os fogos florestais de 2017, o roubo de armamento militar em Tancos, o corte no investimento público, as cativações nos servições públicos (saúde, transportes e outros) e o aumento dos impostos indiretos.
António Costa foi muito habilidoso em separar o PS dos crimes económicos e financeiros de que José Sócrates e outros ex-ministros estão acusados com a mantra do ‘à justiça o que é da justiça, à política o que é da política’, como se não fosse necessário fazer uma avaliação política do que se tinha passado enquanto José Sócrates foi primeiro-ministro e secretário-geral do PS. Ele não fez tudo aquilo sozinho!
Depois, porque Portugal continua a ser o mesmo país corporativo que Salazar criou. A democracia criou mais uma corporação. A dos políticos. Até a troika disse que tinha de se acabar com os privilégios da classe política.
Basta satisfazer as reivindicações das diversas corporações, como fazia Salazar, para que elas votem nos socialistas. Conseguem assim controlar a sociedade, pois ela está dependente dos subsídios do Estado.
Outra razão para isto ter acontecido é que cada vez votam menos portugueses. Se retirarmos os brancos e nulos praticamente só votam metade dos portugueses. Assim os socialistas, comunistas e bloquistas só têm de mobilizar as claques partidárias. E aí, ninguém lhes ganha. A geringonça também não está interessada na reforma do sistema político, pois é a maneira de se perpetuar no poder.
Só há uma maneira de acabar com tudo isto. Acabar com as nomeações de boys & girls para os órgãos do Estado e para as empresas públicas. Acabar com a partidarização da Administração Pública e colocar todos os cargos do Estado e das empresas públicas a concurso público para escolher os melhores.
É fundamental ter um Presidente da República e partidos políticos que rompam com os interesses particulares das corporações instaladas, se preocupem com o que é melhor para o país, falem verdade e mobilizem os portugueses para termos um forte crescimento com novas políticas económicas.