Uma mulher de 52 anos, que se encontrava em prisão domiciliária, foi esta terça-feira sentenciada a 4 anos e 9 meses de prisão efetiva pelo Tribunal da Feira por dois crimes de incêndio. A mulher estava também acusada de homicídio na forma tentada, mas foi absolvida.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), consultada pela Lusa, a arguida dirigiu-se ao apartamento do namorado no dia 26 de junho de 2019, situado em Mozelos, Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro. O objetivo era atear um incêndio pelo ofendido ter querido terminar a relação amorosa.
Depois de o namorado não a deixar entrar em casa, a arguida pediu para ir à casa de banho, o que este acabou por permitir. Depois de uma discussão, a mulher começou a regar-lhe a cozinha com gasolina que levava consigo e, com recurso a um isqueiro, ateou fogo à divisão. Em seguida dirigiu-se ao hall de entrada, onde se encontrava o ofendido e pegou fogo a dois cadeirões de madeira.
O homem, com a ajuda dos vizinhos, conseguiu escapar às chamas e empurrou também a arguida para fora do apartamento.
O Ministério Público afirma ainda que a arguida tentou entrar de novo no apartamento através de uma janela, mas foi impedida e fugiu do local quando chegaram os bombeiros e a PSP. Os Bombeiros Voluntários da Lourosa combateram as chamas com recurso a dois veículos e sete homens.
Três dias antes do sucedido, a mulher já tinha ateado fogo ao apartamento do ex-marido, em Vila Nova de Gaia, quando o homem e as duas filhas do casal não se encontravam em casa. Desta vez, o fogo foi extinto espontaneamente.
O MP considera que a conduta da arguida colocou em perigo a vida dos habitantes de ambos os prédios e que só não conseguiu fazer o que pretendia por motivos alheios à sua vontade.