Nove meses depois de ser conhecida a primeira vítima mortal, a pandemia de covid-19 passou ontem a barreira do milhão de mortes reportadas em todo o mundo. O número foi superado este domingo no site Worldometer, que junta estatísticas reportadas pelas autoridades de saúde a nível mundial. Eram 16h30. À hora de fecho desta edição já tinham sido reportadas mais 753 mortes.
O marco chega numa altura em que o hemisfério norte teme um novo aumento de casos e uma segunda vaga maior nos meses de outono e inverno. Israel foi o primeiro país, e até agora o único, a voltar ao confinamento total. No entanto, em países como França, Inglaterra ou Espanha, os Governos já ameaçaram com um possível regresso a casa, algo que muitos querem evitar pelo impacto na economia.
Na semana passada, o diretor executivo da Organização Mundial da Saúde, Michael Ryan, alertou para um possível cenário em que o mundo iria ser abatido por um “muito provável” cenário de dois milhões de mortes provocadas pela pandemia. “Só um milhão de mortos já é terrível e devíamos refletir sobre isso antes de começar a pensar em dois milhões”, disse, acrescentando que, neste momento, a prioridade deveria ser a criação da vacina contra a covid-19. “Temos de olhar para a realidade de termos de conseguir ter disponível uma vacina nos próximos nove meses. É uma grande tarefa para todos os envolvidos”.
Estimativa “por baixo” Vários especialistas temem que esta barreira já tenha sido superada há mais tempo. Segundo a agência francesa AFP, a estimativa não reflete “mais que uma fração do número real de contágios”, isto porque existem diversos países com pouca capacidade de testagem, como a Índia (o segundo mais afetado do mundo), ou que utilizam modelos de divulgação diferentes.
Na última contagem, Portugal registava 73 604 casos de infeção e 1953 mortes associadas à covid-19.
O país mais afetado do mundo continua a ser os EUA, com 7 310 916 casos ativos de infeção e 209 357 mortes. É seguido pelo Brasil, com 141 441 óbitos, e pela Índia que, apesar de ter mais casos de infeção, conta com menos mortes: 94 534.