A vacina da meningite B passa a ser comparticipada pelo Programa Nacional de Vacinação a partir desta quinta-feira, 1 de outubro. A informação foi avançada hoje pela diretora-geral da Saúde. A medida estava prevista no Orçamento do Estado e manteve-se a data apontada no final do ano passado pelo Governo. A vacina, que nos últimos anos tem sido recomendada pelos pediatras e tem representado uma despesa de 285 euros para as famílias (cada dose custa 95 euros nas farmácias), passa a ser gratuita para recém-nascidos, com efeito para as crianças que nasceram em 2019 e em 2020 e ainda não tenham tomado.
O esquema vacinal, de três doses, é recomendado aos aos dois, quatro e doze meses.
Graça Freitas sublinhou que o Programa Nacional de Vacinação assinala em outubro 55 anos e tem sido um exemplo de sucesso no país. A vacina da meningite B, há muitos anos defendida pelos médicos, não é a única novidade. A vacina do papiloma do vírus humano, até aqui comparticipada apenas para raparigas para a prevenção do cancro do colo do útero, passa também a ser comparticipada para os rapazes. Ao longo dos últimos anos tem sido demonstrada a sua mais-valia na prevenção de carcinomas orais e a vacina também já é recomendada pelas sociedades médicas devendo ser tomada entre os 10 e 12 anos, também antes do início da atividade sexual. Será administrada este ano a rapazes que nasceram no primeiro semestre de 2009, explicou Graça Freitas.
O Orçamento do Estado previa também a inclusão da vacina do rotavírus no Programa Nacional de Vacinação, esta uma vacina que previne gastroenterites e também é recomenda pelos pediatras, custando atualmente 57 euros nas farmácias. Graça Freitas adiantou que esta vacina também passa a estar coberta, mas só começará a ser administrada no início de dezembro, dado que nesta altura os centros de saúde têm em marcha a campanha de vacinação da gripe.
As três novas vacinas do PNV foram aprovadas pelo Parlamento em 2018, na aprovação do Orçamento do Estado para 2019. Na altura, a decisão à margem da Direção Geral da Saúde, responsável pelo Programa Nacional de Vacinação, e do Ministério da Saúde causou polémica e as vacinas viriam a passar por um processo de avaliação por parte da comissão nacional de vacinação, como acontece sempre que existe alguma decisão sobre a introdução ou exclusão de vacinas. Em 2019, foram de novo garantidas no Orçamento do Estado, apontando-se então para o início da comparticipação no último trimeste deste ano.
A norma que atualiza o Programa Nacional de Vacinação foi publicada nos últimos dias e pode ser consultada aqui. Para já não define os grupos de risco que terão direito à vacina do rotavírus. Já em relação à vacina da Meningite B, estabelece que as crianças nascidas a partir de 2019 que já tiverem iniciado o esquema de vacinação por prescrição médica, mas não o concluíram, podem completá-lo através do PNV até ao dia antes de fazer cinco anos de idade, respeitando o esquema recomendado para a sua idade.