O parecer técnico da Direção-Geral da Saúde para a peregrinação de 12 e 13 de outubro repete orientações que já tinham sido dadas aquando da validação da Festa do Avante!, no início de setembro. No documento, divulgado ontem pelo santuário, que o i consultou, pode ler-se como introdução que num evento religioso desta dimensão são “inevitáveis os contactos de proximidade, bem como a participação de pessoas de várias idades e com situações de saúde que as classificam como grupos mais vulneráveis ao vírus SARS-CoV-2”.
A DGS considera que a tipologia do evento acarreta “diferentes riscos” e pode implicar a potencial exposição de pessoas que pertencem a grupos mais vulneráveis ao vírus. “No contexto atual da epidemia de covid-19 em Portugal, que justificou a declaração de situação de contingência, verifica-se um risco real de, durante o evento, circularem pessoas infetadas, com ou sem sintomas”, alerta-se. Entre as recomendações ao santuário, além das questões relacionadas com lotação e organização, há assim indicações relacionadas com a informação a prestar aos participantes, quer sobre as medidas quer sobre o risco. “A comunicação aos potenciais participantes sobre o risco inerente à sua participação nas celebrações da Peregrinação ao Santuário de Fátima deve ser disponibilizada em meios de divulgação apropriados sobre as medidas preventivas do risco de transmissão de SARS-CoV-2. Deve ser ainda reforçada a comunicação prévia recorrendo à divulgação durante as Eucaristias nas diferentes localidades”, pode ler-se no parecer.
É obrigatório o uso de máscara por todas as pessoas com mais de dez anos, medida que tem sido usada já por muitas das pessoas que frequentam o recinto, passando agora a ser obrigatória mesmo ao ar livre. A DGS recomenda também o uso de máscara por todas as pessoas em espaços abertos onde se prevê aglomeração de pessoas nas imediações, “atento o princípio da precaução em Saúde Pública”, fazendo assim pela primeira vez uma recomendação direta para o uso de máscara ao ar livre na rua.
Outra recomendação é obstar a ingestão de alimentos ou bebidas no Recinto de Oração (à exceção do considerado indispensável), para evitar a remoção das máscaras, “que deverão estar colocadas durante todo o período das celebrações da Peregrinação ao Santuário de Fátima”. Há orientações bastante específicas para os diferentes momentos das cerimónias. A comunhão deverá ser dada nos círculos onde vão estar os diferentes peregrinos, sem filas, e o momento de ofertório, se previsto, deve ser suspenso, lê-se.