As eleições autárquicas já mexem nos partidos, designadamente, no PSD e no CDS. Em Lisboa, o nome de Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro e antigo líder do CDS, ganhou força com uma sugestão por parte do ex-ministro -adjunto de Passos Coelho, Miguel Poiares Maduro. Este facto não passou despercebido nem no PSD, nem no CDS. Mais, houve quem sondasse Paulo Portas com a ideia e o processo ganhou algum músculo, ainda que o próprio não se tenha ainda pronunciado.
O Público garantia ontem que não rejeitou por completo tal hipótese e no CDS acalenta-se a ideia de Paulo Portas, se o quiser, poder ser o rosto de uma coligação entre PSD e centristas para federar a direita na capital e vencer o autarca do PS Fernando Medina nas eleições de outubro de 2021.
A par do seu nome, também o de Assunção Cristas voltou a ser falado para a Câmara de Lisboa. O facto de ter feito uma aparição pública (em muitos meses) e visitado as instalações providenciadas para os alunos da escola 72, preparadas pela Junta da Estrela (PSD), também não passou ao lado de alguns centristas. Que não deixaram de notar que a ex-líder do CDS pode não querer sair de cena por completo. Em março já era dado como certo que não seria recandidata à Câmara de Lisboa. Até porque, no PSD, Rui Rio, o líder, não teria muita vontade de apoiar uma coligação encabeçada pela ex-líder do CDS. No caso de Portas, o caso pode mudar de figura. Rio foi, aliás, confrontado com tal cenário há uma semana, no programa da SIC- Notícias o Polígrafo e respondeu: «O Dr. Paulo Portas é hoje um dos políticos de referência e dos portugueses mais bem preparados para o exercício de qualquer cargo público», declarou o presidente social-democrata. Ainda assim, Rui Rio também disse que tal elogio não era sinónimo de apoio. Está tudo em aberto.
Ora, o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, regista que os nomes mais falados para a Câmara de Lisboa sejam os dos seu partido: «Na qualidade de presidente do CDS fico muito satisfeito e orgulhoso de constatar que os nomes mais fortes, mais sonantes para federar a direita e vencer o PS na Câmara de Lisboa são nomes oriundos do CDS. E isso é de facto um ponto de satisfação e de reconhecimento da relevância do CDS. Creio que, quer Paulo Portas, quer Assunção Cristas, eram dois nomes que acredito que ganhariam a Câmara a Fernando Medina com a direita unida», declarou ao SOL o líder democrata-cristão.
Contactada pelo SOL, Assunção Cristas afirma, por seu turno:«O tempo das autárquicas não é (ainda) este e portanto, não acho oportuno estar a falar do assunto». A vereadora do CDS recordou que quando abandonou a liderança do partido disse que iria cumprir o mandato de vereadora até ao fim e, por isso, irá continuar a realizar várias visitas, sempre que o considerar necessário e oportuno.Porém, não disse que está afastada, por completo, de uma corrida autárquica. A seu tempo o dirá.
De facto, tanto no PSD como no CDS têm existido contactos informais nas estruturas distritais para avaliar o número de coligações autárquicas. E haverá um momento em que Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos se reunirão para definir o número de coligações possíveis. Lisboa é uma delas.
Já no Porto, o CDS irá apoiar uma recandidatura de Rui Moreira, enquanto no PSD o cenário é ainda pouco claro. Houve um contacto do lado dos sociais-democratas com Rui Moreira para avaliar cenários (noticiado pela Visão e confirmado pelo SOL), mas tais contactos foram, para já, mera sondagem, permitindo ao PSD manter vários cenários em aberto.