O confronto militar entre Arménia e Azerbaijão já provocou a morte de um total de 158 soldados. Desde 2016 que não se registava um número de mortes tão alto entre confrontos de ambos os países, ano em que se registaram 100 baixas.
Face a esta mortalidade, a Arménia disse estar pronta para trabalhar com o grupo de mediação constituído pela Rússia, Estados Unidos e França para adotar um cessar-fogo. «Estamos prontos para nos juntarmos aos países que presidem o Grupo de Minsk da OSCE a fim de restabelecer um cessar-fogo baseado nos acordos de 1994-1995», disse a diplomacia arménia, em comunicado.
Nagorno-Karabakh é um território do Império Russo disputado pela Arménia e Azerbaijão durante a guerra civil após a revolução bolchevique de 1917. Durante anos, os dois países estiveram em guerra para decidir quem é que ficaria com o domínio desta zona. Em 1994, assinaram um cessar-fogo, que vigora até hoje, apesar de combates regulares entre os dois países. Perante o mais recente conflito, o Azerbaijão e a Arménia acusam-se mutuamente de terem iniciado as hostilidades e declararam lei marcial, mantendo uma linguagem beligerante.
Apoios da Europa
A Comissão Europeia anunciou o envio de 500 mil euros da ajuda humanitária para Nagorno-Karabakh, destinados a fornecer recursos de primeira necessidade, como apoio sanitário, equipamento médico, bens alimentares e outras ajudas urgentes.
«Os combates na zona de conflito de Nagorno-Karabakh já custaram a vida a civis», disse o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic.
Especialistas temem que este confronto possa ser mais devastador que o de 2016. «Estamos a passos de uma guerra a grande escala», disse Olesya Vartanyan, da ONG International Crisis Group, focada em resolver este conflito armado, ao Al Jazeera.
Vartanyan recordou que Nagorno-Karabakh serve como um corredor petrolífero para inúmeros mercados do mundo, o que aumenta a sua importância e pode trazer novos elementos de complexidade a este conflito, como a Rússia ou a Turquia, que já demonstrou o seu apoio ao Azerbaijão. Na terça-feira, a Arménia acusou a Turquia de abater um dos seus aviões militares, no entanto o Governo turco desmentiu as acusações.
O Governo russo pediu à Turquia para trabalhar no sentido da paz.
«Apelamos a todos os países, sobretudo aos nossos parceiros como a Turquia, a fazer tudo o que seja possível para um cessar-fogo e um acordo pacífico para o conflito», disse o porta-voz do Governo russo, Dmitri Peskov.