A Cruz Vermelha Portuguesa começou a aplicar esta terça-feira os testes rápidos de deteção de antigénio para identificar casos de coronavírus no Posto Fico de Lisboa para Testes à Covid-19. No entanto, quem realizar este teste tem de passar igualmente por um teste convencional de PCR. Só assim os casos serão contabilizados para os boletins diários da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O coordenador nacional de emergência da Cruz Vermelha, Gonçalo Órfão, citado pelo jornal Observador, explicou, no entanto, que apesar de já terem recebidos milhares de testes rápidos, “o grande volume de testes está a ser analisado pelo Governo para serem utilizados” e que só são efetuados quando é “solicitado, quando há prescrição para isso”.
No entanto, os resultados dos testes rápidos não vão constar dos boletins diários da DGS pelo menos enquanto as diretivas da DGS não forem publicadas.
Tanto os testes PCR como os testes rápidos utilizam a técnica da zaragatoa, mas estes últimos assinalam a presença de uma proteína da superfície do vírus. Segundo a mesma fonte, os testes de antigénio são aplicados “numa fase inicial da doença”, que acontece entre cinco a sete dias depois do contágio. No entanto, por nessa altura existir uma carga viral maior e por os testes rápidos terem menos sensibilidade, há resultados que podem ser falsos negativos.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, já tinha dito que estes testes seriam apenas utilizados “num contexto de escassez de recursos, de evolução epidemiológica e em certas situações específicas — surtos, em contexto de lares, escolas”, mas dada a probabilidade alta de falsos negativos, acrescentou que “não deve constituir um critério único na avaliação”.