Esta quarta-feira estavam identificados 23 surtos ativos em escolas, sete na região Norte, três no centro, 12 em Lisboa e um no Algarve, sendo o Alentejo a única região sem surtos ativos em ambiente escolar. O ponto de situação foi feito pela diretora-geral da Saúde na conferência esta quarta-feira sobre a evolução da covid-19 no país.
Graça Freitas reconheceu que a decisão de enviar alunos para casa, além das questões de saúde, tem muito a ver com a organização das escolas, que não é igual em todo o país. “A decisão de irem apenas algumas pessoas para casa [depois de um caso confirmado], ou ir a turma toda, tem a ver com a organização da escola. Quanto mais organizada a escola estiver, por bolhas, mais fácil é enviar para casa o mínimo de pessoas.”
Estes 23 surtos estão para já ligados a 136 casos positivos entre alunos e funcionários, especificou Graça Freitas, adiantando que a partir destes casos “muitas pessoas estarão sob vigilância”. Relativamente à origem dos surtos, a diretora-geral da Saúde sublinhou que o papel e transmissão por parte das crianças não é claro, mas até aqui os inquéritos epidemiológicos têm apontado que as crianças são infectadas a partir de familiares doentes e não o contrário. Há também surtos ligados a funcionários previamente infectados fora do ambiente escolar. “É precoce para saber qual é o impacto das escolas na dinâmica da epidemia. Não parece ser muito grande, há poucos casos envolvidos, apesar de, variando de escola para escola, poder implicar o encerramento de turmas”, reiterou Graça Freitas, apelando às escolas para que “separem ao máximo os alunos e as suas atividades para que se houver um caso não tenham de ir muitos outros para casa.”
Esta semana a Fenprof denunciou a existência de casos de covid-19 em escolas de 47 concelhos, exigindo a divulgação de um mapa detalhado. O referencia da DGS para as escolas considera que existe um surto em meio escolar quando se verifiquem dois ou mais casos com infeção ativa e que possam ser ligados entre si. M.F.R.