Um aluno do 9.º ano da Escola EB23 Luís de Camões, em Lisboa, que esteve infetado com covid-19, está a ser impedido de entrar no estabelecimento de ensino, mesmo depois de a mãe já ter apresentado o resultado negativo do teste.
Há mais de três semanas que o aluno não vai às aulas. "Pedi que me fossem enviando trabalhos para ele poder ir acompanhando, mas nada. Hoje tinha um teste de Físico-Quimica e não o fez", disse a mãe do rapaz de 14 anos à agência Lusa.
Os resultados laboratoriais que comprovam que o aluno recuperou da infeção foram enviados já na semana passada, mas a diretora de turma respondeu que o aluno só entra nas instalações com um "atestado de cura".
"Fico contente pelas vossas melhoras mas atenção que o Gabriel só pode regressar à escola acompanhado de um atestado de cura passado pelo médico. Não é suficiente o resultado do teste", escreveu a docente, numa troca de correspondência a que a agência Lusa teve acesso.
Entretanto, a mãe do aluno contactou o Centro de Saúde, ligou para o SNS24, tentou contactar a médica de família, e todos os que responderam ao seu pedido de ajuda disseram que bastava o resultado do teste e que não iriam passar qualquer declaração.
A mãe informou novamente a diretora de turma do filho do que lhe tinha sido comunicado, mas a Escola EB23 Luís de Camões manteve a posição de não permitir o regresso do aluno.
Sublinhe-se que ainda esta segunda-feira, a Diretora-Geral da Saúde tinha abordado o assunto, tendo reiterado o que as autoridades de saúde já tinha feito saber: "Uma criança ou adulto que cumpre período de quarenta, está assintomática e tem teste negativo pode voltar tranquilamente à sua escola".
Aliás, o mesmo parece ser previsto pelo próprio Plano de Contingência do Agrupamento de Escolas Luís de Camões, citado pela agência Lusa, que define que é considerado como curado quem tenha ausência completa de febre e não manifeste outros sintomas durante três dias consecutivos ou que apresente teste laboratorial negativo. "Após determinação de cura e indicação da Autoridade de Saúde Local, a pessoa pode regressar ao estabelecimento de ensino", refere o documento.