O Grupo TAP vai perder mais 1600 trabalhadores até ao final do ano, anunciou esta quinta-feira na Assembleia da República o ministro, Pedro Nuno Santos. Contabilizando as 1200 saídas já concretizadas, ao longo dos últimos meses, a companhia aérea perderá 2800 colaboradores até ao final de 2020.
Em audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, Pedro Nuno Santos admitiu que, neste momento, não é possível “manter artificialmente uma dimensão que não tem adesão ao mercado em que estamos hoje a operar”. O ministro sublinhou que o processo de reestruturação da TAP que tem vindo a ser desenvolvido implica que “seja feito o redimensionamento” da empresa.
Recorde-se que a TAP, no âmbito do empréstimo feito pelo estado para salvar a companhia da falência, tem até dia 10 de dezembro para apresentar a Bruxelas o seu plano de reestruturação, cujos objetivos “são garantir a sustentabilidade a companhia aérea”, afirmou Pedro Nuno Santos. “Não podemos fazer de outra maneira, mantendo empregos que depois não têm trabalho”, disse, acrescentando que “a melhor forma de garantirmos emprego é ter companhia sustentável”.
Entretanto, Pedro Nuno Santos anunciou que a companhia aérea está, atualmente, a operar a apenas 30%, o que se explica porque a TAP “não tem procura, não tem clientes”. O governante acredita, porém, que este número “vai subir ligeiramente” em breve.
Na mesma audição, o ministro das Infraestruturas e da Habitação afirmou ainda que as quatro rotas criadas no aeroporto do Porto “são, neste momento, um prejuízo” para a companhia aérea. Ainda assim, Pedro Nuno Santos admitiu que a introdução destas ligações de e para o Aeroporto Francisco Sá Carneiro vieram a revelar “uma posição mais assertiva” na TAP por parte do Estado português.