O Ministério das Infraestruturas e Habitação afirmou, esta sexta-feira, que a TAP "está neste momento a perder dinheiro em praticamente todas as rotas", em resposta às críticas do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Depois de o ministro Pedro Nuno Santos ter afirmado que a retoma das rotas criadas no aeroporto do Porto para Amesterdão, Milão, Zurique e Ponta Delgada são "neste momento um prejuízo para a TAP", algo que desagradou a Rui Moreira, que reagiu com uma publicação nas redes sociais sobre o assunto, onde ironizou o assunto e criticou as palavras do mesmo.
"Pelos vistos, são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo à TAP. As rotas de Lisboa darão lucro. A nova rota Lisboa/Bilbau deve ser um 'must' em termos de rentabilidade e importantíssima para uma estratégia nacional. Promover visitas ao Guggenheim basco é 'top'. Mas, senhor ministro, são boas notícias", ironizou o presidente da Câmara do Porto. "Se são as quatro rotas do Porto que dão prejuízo, pare com elas. Mas, por favor, incorpore a TAP na Carris ou na muito rentável Soflusa. Nós não nos importamos, havemos de encontrar uma solução. Para Lisboa é ótimo: fica com a TAP que, sem o prejuízo do Porto, deixa de ser um perdócio", continua.
Em comunicado, o Ministério sublinha que Pedro Nuno Santos "nunca disse que as únicas rotas que dão prejuízo à TAP fossem as quatro referidas ontem na audição parlamentar em que esteve presente" e que o mesmo referiu esta quinta-feira que "a TAP está neste momento a perder dinheiro em praticamente todas as rotas, incluindo aquelas que se fazem a partir do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa".
No comunicado, lê-se que "atualmente existem 11 rotas operadas pela TAP a partir do Porto e que, apesar de praticamente todas as companhias estarem a reduzir fortemente a operação no inverno, a TAP vai manter 10 rotas no Porto", o que o governante acredita demonstrar "o grande compromisso da companhia aérea pública com a região".
"Na audição, quando o ministro referiu as quatro rotas que estavam a dar prejuízo a partir do Porto, estava a responder relativamente aquelas que foram introduzidas após as reuniões do grupo de trabalho que existiu entre a TAP e as associações da região Norte", esclareceu, sublinhando que "nas rotas assinaladas a lotação não atinge os 50%, o que não permite sequer pagar os custos variáveis da operação".