Com as projeções a indicar um agravamento da situação epidemiológica, a garantia da ministra do Estado e da Presidência, questionada sobre futuras medidas, foi de que serão tomadas as medidas necessárias em cada momento, com uma avaliação em permanência.
Na próxima semana, o Governo terá de decidir se o atual estado de calamidade é renovado, mesmo com novas medidas no país, ou se há necessidade de determinar um novo estado de emergência. O Governo anunciou ontem restrições à circulação em todo o país no fim de semana do feriado de Todos-os-Santos e Dia de Finados, em que institui um Dia Nacional do Luto. Em março, a hipótese de restrições à circulação fora do estado de emergência foi questionada por juristas. O Presidente já admitiu cenários de estado de emergência e recolher obrigatório em caso de necessidade, e ontem não se pronunciou. Há um mês, quando afastou a necessidade de estado de emergência se o país chegasse aos mil casos, o cenário parecia longe. Portugal passou o patamar dos mil casos no dia 8 de outubro; o patamar dos 2 mil casos no dia 14 de outubro, seis dias depois. E os 3 mil casos chegaram agora, oito dias depois.
Para já, o Governo decidiu impor o dever de permanência no domicílio, à exceção de saídas para trabalho e escola, nos concelhos de Felgueiras, Lousada e Paços de Ferreira, depois da zona do Vale do Sousa Norte ter revelado a maior incidência de novos casos na semana passada.. Apesar do alerta das autoridades locais à população para uma preocupante transmissão comunitária ter sido conhecido no sábado, só na quarta-feira António Costa se reuniu com os autarcas e as medidas para travar a subida de casos entraram em vigor esta sexta-feira, quase uma semana depois do alerta. Ficam também proibidos ajuntamentos de mais de cinco pessoas, pelo menos até ao final da semana.