Depois de um referendo em que 78% votaram por uma nova Constituição que venha substituir a deixada pela ditadura militar de Augusto Pinochet, dezenas de milhares chilenos saíram à rua jubilantes, batendo panelas, acenando bandeiras e tochas, no domingo à noite.
O referendo veio dar resposta a protestos maciços que começaram com jovens a recusar pagar bilhetes no metro de Santiago, após um aumento dos preços. Rapidamente evoluíram e tomaram dimensão nacional, tendo como alvo a velha constituição, que consagrava medidas económicas neoliberais. Os manifestantes, que exigiam também a demissão do Presidente Sebastián Piñera, foram alvo de brutal repressão pelas autoridades – o uso excessivo de força foi autorizado nas mais altas instâncias, denunciou a semana passada a Amnistia Internacional.
O referendo de domingo questionava se os chilenos queriam uma nova constituição, mas também quem a deveria escrever, se seriam os atuais deputados ou um novo corpo legislativo eleito. Os chilenos optaram pela última opção, algo que deverá demorar uns dois anos.