A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou, esta quarta-feira, em conferência de imprensa que “o Natal deste ano será um Natal diferente”. As suas declarações não são surpreendentes visto que o diretor do departamento de Vigilância do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), Bruno Ciancio, e o próprio Presidente da República, já tinham feito depoimentos semelhantes.
Em entrevista à agência Lusa, Bruno Ciancio, admitiu que, este ano, as celebrações natalícias vão “depender muito” das medidas adotadas pelos países europeus. O Natal não poderá ter as habituais “viagens pelo mundo” ou “grandes ajuntamentos, mas ainda poderá ser um Natal com significado e pacífico se baixarmos as taxas de infeção”.
Marcelo Rebelo de Sousa, disse também, no início do mês de outubro, que poderia ser necessário “repensar o Natal em família” devido ao aumento exponencial no número de infeções pelo novo coronavírus.
Durante a conferência de imprensa, Von der Leyen admitiu que “levará tempo” até que a vacina seja testada de uma maneira segura e que por isso, não a podemos ver como um "acontecimento milagroso" que mudará “tudo de um dia para o outro”. Pelo contrário, “é uma luz no final do túnel, mas são necessários vários passos até que consigamos ver a luz total".
A alemã falou esta manhã na apresentação de um documento da Comissão Europeia (CE) que estabelece várias recomendações para que os Estados-membros consigam "limitar a propagação do coronavírus, salvar vidas e fortalecer a resiliência do mercado interno". Entre as recomendações está a utilização de aplicações de rastreamento da covid-19, compra de testes rápidos ou enquadramento na elaboração de estratégias de vacinação nacionais.
No que toca à utilização das apps, a Comissão Europeia propõe que as várias aplicações nacionais estejam conectadas através de um sistema de interoperabilidade a nível europeu, que já foi disponibilizado na semana passada e conta com a participação da Alemanha, Irlanda e Itália. Está previsto que Portugal, e outros 18 estados-membros, se juntem ao mecanismo no mês que vem.
Relativamente à utilização dos testes rápidos, a CE anunciou que vai mobilizar 100 milhões de euros do Instrumento de Apoio de Emergência para apoiar os estados-membros na compra dos testes. A Comissão apela ainda à implementação de estratégias de “vacinação eficazes” para que as vacinas estejam disponíveis o mais rapidamente possível, que deverão ser enquadradas numa “plataforma para monitorizar a [sua] eficácia”, elaborada pela CE.
Decorrerá na próxima quinta-feira uma reunião virtual com os líderes dos 27, para que se desenvolvam mecanismos de coordenação de combate à pandemia e onde serão discutidas as recomendações propostas hoje.