A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) lamentou, em comunicado, a proibição da realização de feiras e mercados de levante a partir de quarta-feira – anunciada pelo Governo no âmbito das medidas de combate à pandemia de Covid-19. A CNA considera “inaceitável que o Governo e o Ministério da Agricultura voltem a discriminar os pequenos e médios agricultores que têm nestas feiras e mercados um canal preferencial para venda da sua produção”.
Na nota, a confederação dos agricultores afirma que a decisão do Governo “penaliza também o direito dos consumidores a uma alimentação saudável e de proximidade, vedando-lhes o acesso a produtos sazonais e locais de qualidade, comprados directamente ao produtor”.
“A CNA não compreende com que argumento se justifica a proibição destes espaços ao ar livre, estando garantidas as condições de higiene e segurança recomendadas pelas autoridades – e até porque não tem sido reportados casos de contágio nestes mercados – quando permanecem em funcionamento espaços comerciais fechados e de grande afluência de público”, lê-se no comunicado.
Para a CNA, esta é mais uma medida “tomada em linha com o que tem sido as opções políticas do Governo e do Ministério da Agricultura: ao lado do grande agro-negócio que vai engrossando lucros sustententado no comércio à escala global e desprezando os pequenos e médios agricultores, a agricultura familiar, que constituem a vastíssima maioria das explorações agrícolas em Portugal”. O CNA conclui recordando que “o papel do Ministério da Agricultura é defender os agricultores e a produção nacional” algo que considera não estar a ser feito neste momento.