Seis estados concentram agora todas as atenções. Em que ponto estão as contas nos EUA?

Atenções estão concentradas no Wisconsin, no Michigan, na Pensilvânia, na Georgia, no Nevada e na Carolina do Norte. Saiba porquê.

Seis estados concentram agora todas as atenções. Em que ponto estão as contas nos EUA?

A noite foi longa, e à exceção do Arizona, sem grandes surpresas, assim continuou o dia que se seguiu às eleições norte-americanas. O número de votos contados aumenta, mas continua tudo em aberto. Há pelo menos seis estados a concentrar as atenções.

Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Georgia, Nevada e Carolina do Norte são os estados onde agora se disputa taco a taco, usando uma expressão prosaica, a eleição.

Em alguns, a margem é tão pequena que pode levar a que haja pedidos de recontagem, o que só atrasará ainda mais a divulgação dos resultados oficiais. E, consequentemente, aumente o risco de confrontos nas ruas, em especial nas grandes metrópoles.

Os números mais recentes apontam para que Joe Biden tenha conquistado já 238 lugares do colégio eleitoral, contra 213 de Donald Trump. Sublinhe-se que são precisos 270 dos 538 lugares do colégio eleitoral para que um candidato possa decretar vitória.

Wisconsin – vale dez lugares no colégio eleitoral

Cerca de 95% dos votos já foram escrutinados, Biden tem 0,6% de vantagem em relação a Trump.

Sublinhe-se que a manter-se esta diferença – inferior a 1% – o ainda Presidente pode solicitar recontagem de todos os votos, atrasando ainda mais a confirmação dos resultados.

Michigan – 16 lugares

Mais de 90% dos votos contados, também aqui a diferença dos dois candidatos é de 0,6%, repetindo-se assim a hipótese mencionada antes de uma nova contagem.

Pensilvânia – 20 lugares

Este estado é considerado chave nestas eleições, está com mais de 75% dos votos escrutinados. Trump tem aqui uma margem mais dilatada, mas, conforme aumenta o número de votos escrutinados –por correspondência – tem vindo a diminuir, estando agora abaixo dos 10%.

Georgia – 16 lugares

É tradicionalmente um estado republicano, aliás um democrata não vence desde 1992. Estão agora contados mais de 90% dos votos, havendo uma vantagem para Trump, ligeiramente superior a 2% em relação aos números de Biden.
 

Nevada – 6 lugares

Mais de 85% dos votos já foram escrutinados neste estado em que os republicanos não vencem desde 2004. Biden lidera a contagem com 0,6% de margem sobre Trump. Esta diferença inferior a 1% pode levar o republicano a pedir nova contagem

Com 86% dos votos escrutinados, Biden lidera a contagem com 49,3% dos votos, à frente de Trump que contabiliza 48,7%.

Carolina do Norte – 15 lugares

Cerca de 95% dos votos contados, Trump surge com uma ligeira vantagem de 1,4% em relação a Biden, havendo a hipótese de o candidato democrata pedir ele a recontagem caso a margem diminua com os votos que faltam contar.

 

Nota: Nos EUA, o Presidente não é diretamente eleito através do voto popular, mas sim por um colégio eleitoral, cada estado tem um número diferente destes representantes, conforme a sua população. Assim, a Califórnia soma 55 lugares, enquanto o Wyoming – com a menor densidade populacional do país – tem três, tal como o Vermont. 
No total, o colégio é composto por 538 eleitores. O vencedor precisa do voto de 270 destes eleitores para selar a vitória.
Mas há ainda outra particularidade nas contas da vitória, na grande maioria dos estados, o partido vencedor ganha a totalidade dos eleitores do colégio, ou seja a distibuição não é proporcional ao número de votos de democratas ou republicanos. O sistema winner-takes-all existe em 48 dos 50 estados e no distrito de Columbia, as exceções são o Maine e o Nebraska, cujos eleitores são atribuídos de forma mais proporcional, tendo em conta o resultado da votação.