Entre os dias 28 de outubro e 1 de novembro, os comerciantes que utilizam os terminais de pagamento automático (TPA) da rede SIBS – a empresa que gere o sistema de multibanco e a rede das máquinas de pagamento nas lojas – viram “evaporar”, sem explicação, das respetivas contas bancárias, todo o dinheiro faturado ao longo do dia através do método de pagamento por cartões (de débito e crédito).
O i sabe que esta situação terá afetado várias empresas, que, neste período, viram desaparecer das suas contas bancárias milhares de euros. E, neste momento, passados que estão nove dias, há questões que continuam por esclarecer… e dinheiro ainda por devolver.
Entre as dúvidas que se levantam com o caso, está o facto de o dinheiro dos comerciantes ter desaparecido já depois de os montantes terem estado disponíveis nas respetivas contas bancárias. E, sobretudo, o facto de a SIBS ter tido acesso a contas sediadas em instituições privadas que, à partida, deveriam salvaguardar o acesso a esse dinheiro por terceiros.
SIBS admite “constrangimento”
Contactada pelo i, a SIBS admite a ocorrência de problemas, depois de ter procedido, “nos passados dias 28 e 29 de outubro, a uma intervenção técnica programada, que, apesar de ter seguido todas as rotinas e processos com o intuito de não causar impactos na rede multibanco, originou um constrangimento inesperado nos fechos contabilísticos de TPA (terminal de pagamento automático) multibanco em alguns comerciantes”.
A empresa garante que “a regularização dos montantes em causa foi efetuada, na esmagadora maioria dos casos, nos dias seguintes”, mas acrescenta, contudo, que ainda “existe um número residual de casos aos quais estão ainda a ser aplicados os procedimentos necessários, em conjunto com as instituições bancárias, com vista à regularização da situação da forma mais adequada possível a cada caso”.