Portugal conta, atualmente, com 40 mil desempregados ‘invisíveis’, o que corresponde a uma taxa de população inativa, podendo traduzir-se na taxa de desemprego real, de mais 0,7 pontos percentuais acima da oficial e um impacto adicional de cerca de 15 milhões de euros mensais no consumo.
Esta é uma das conclusões do estudo ‘30 million unemployed go missing and with them USD14bn of monthly consumption’, da Euler Hermes, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, que analisa 25 países da OCDE e mercados emergentes.
O estudo refere ainda que a situação portuguesa está em linha com o que se verifica com países como Itália ou Canadá, locais onde os economistas responsáveis pelo estudo estimam que os desempregados invisíveis acrescentem um ponto percentual à taxa oficial de desemprego. Isto representa um impacto mensal no consumo de 233 milhões de euros e de 148 milhões de euros, respetivamente.
A nível global, o estudo refere que desde fevereiro que se assiste a uma subida sem precedentes dos números da população inativa, “com acesso a medidas estatais de apoio social implementadas no âmbito da crise pandémica, não considerada nos dados oficiais de desemprego”.
De acordo com este estudo, existem hoje mais de 30 milhões de desempregados ‘invisíveis’ que não estão a ser tidos em conta nas projeções de evolução do consumo interno. Estes números podem representar uma contração mensal deste indicador em cerca de 12 mil milhões de euros.