Portugal respirou de alívio após o desconfinamento do verão mas a economia já está a sentir os efeitos de uma segunda vaga da pandemia e das medidas de restrição a ela associadas. Pelo menos é isso que mostram os mais recentes dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Em Portugal, não considerando médias móveis de três meses a informação disponível revela um ritmo de recuperação da atividade económica mais lento em setembro e outubro”, diz o gabinete de estatística.
O INE avança ainda que o PIB real registou uma redução homóloga de 5,7% no terceiro trimestre deste ano, depois da forte contração de 16,4% no trimestre anterior. “Comparativamente com o 2.º trimestre de 2020, o PIB aumentou 13,3% em termos reais, depois de ter diminuído 13,9% no trimestre anterior”, lê-se na análise.
No que diz respeito ao indicador de confiança dos consumidores, o gabinete de estatística diz ter sido registado um aumento em outubro. Já o clima económico prolongou o perfil de recuperação observado desde maio, tendo, ainda assim, ficado abaixo dos níveis pré-pandemia. Os indicadores de confiança cresceram em todos os setores: indústria transformadora, construção e obras públicas, comércio e serviços.
O INE avança também que o montante global de levantamentos nacionais, de pagamentos de serviços e de compras em terminais de pagamento automático na rede multibanco registou uma quebra de 6,3% em outubro, em termos homólogos, depois de ter caído 4,5% em setembro.
Já as vendas de veículos automóveis registaram taxas de variação homóloga de -12,6% nos automóveis ligeiros de passageiros, -15,1% nos comerciais ligeiros e -15,0% nos veículos pesados.
No que diz respeito à taxa de desemprego, esta situou-se, no terceiro trimestre deste ano, em 7,8%, 2,2 pontos percentuais (p.p.) acima do valor registado no trimestre anterior (6,1% no período homólogo de 2019).
A nível europeu, a Área Euro, o PIB em termos reais caiu 4,4% neste terceiro trimestre face ao período homólogo, registando uma variação em cadeia de +12,6%. “Em outubro, verificou-se uma recuperação mais lenta do indicador de sentimento económico da AE e uma diminuição do indicador de confiança dos consumidores. Os preços das matérias-primas e do petróleo apresentaram variações em cadeia de -1,5% e -1,6%, respetivamente (3,7% e -8,3% em setembro)”, avança o gabinete de estatística.