O Metropolitano de Lisboa anunciou esta quinta-feira que vai avançar imediatamente para a compra de 42 carruagens e de um novo sistema de sinalização ferroviária, depois de o agrupamento Thales/CRRC Tangshan ter desistido da impugnação judicial do contrato da venda das carruagens que tinha apresentado em tribunal.
Em comunicado, o Metropolitano de Lisboa esclarece que foi ontem notificado pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa da sentença que julgou “extinta a instância, relativamente aos processos intentados pelo agrupamento Thales/CRRC Tangshan, na sequência da desistência, apresentada por aquele agrupamento, relativamente aos referidos processos”.
“O Metropolitano de Lisboa dará de imediato sequência ao contrato, assinado a 8 de fevereiro último, relativo à aquisição de um novo sistema de sinalização ferroviária e à aquisição de 14 novas unidades triplas (42 carruagens), celebrado com agrupamento Stadler Rail Valencia, S.A.U./ Siemens Mobility Unipessoal, Lda, pelo valor de 114,5 milhões de euros, fazendo a sua submissão a visto prévio do Tribunal de Contas”, lê-se na nota.
A 12 de fevereiro de 2020, o ML foi notificado da ação de impugnação intentada pelo agrupamento Thales/CRRC Tangshan, que determinou a suspensão automática dos efeitos da adjudicação do contrato ao agrupamento Stadler/Siemens, paralisando, assim, o processo de aquisição que já estava em curso. O Metro de Lisboa contestou os processos que lhe foram movidos, considerando que os mesmos não tinham qualquer fundamento e que não se verificava qualquer ilegalidade no concurso em causa.
Segundo o Metro de Lisboa, a aquisição das 42 carruagens “vai melhorar a oferta de comboios e serviço do Metropolitano de Lisboa, permitindo mais conforto e acessibilidade para os clientes, bem como um sistema de comunicação com os clientes que vai permitir informação variável e flexível e sistemas de segurança e vídeo vigilância mais modernos”.
“A aposta nos novos sistemas CBTC, substituindo um sistema da década de 70 e já obsoleto, vai permitir um controlo contínuo do movimento dos comboios e um aumento da frequência e da regularidade do serviço público de transporte prestado pelo Metropolitano de Lisboa, garantindo, de um modo mais eficaz, a oferta de comboios, em número e frequências mais adaptados às necessidades do serviço público e com segurança acrescida”, acrescenta ainda o comunicado.
O fornecimento das novas carruagens terá entregas faseadas. O plano de trabalhos da proposta prevê agora que a primeira unidade tripla (três carruagens) seja entregue no segundo semestre de 2022, estando a entrega das restantes unidades prevista para o final de 2023.