Com o país a entrar num novo período de estado de emergência, tem havido algumas ligeiras mudanças na distribuição etária dos casos diagnosticados no país. Os dados divulgados pela DGS mostraram já na última semana que o grupo dos 0 aos 9 anos era o que tinha registado um maior aumento dos diagnósticos e, embora a subida não seja tão expressiva como foi na anterior, este grupo etário tem vindo a ganhar mais peso nos novos casos, bem como os dos 10 aos 19 anos, à medida que se nota um abrandamento nas infeções nos jovens nos 20 e 30 anos – continuam a representar a maioria dos casos diagnosticados no país, mas com uma diminuição.
Já o número de idosos infetados, que aumentou semana a semana desde o final do verão, mantém incidências muito mais elevadas do que aconteceu na primeira vaga da epidemia, quando no máximo foram registados 1500 idosos com mais de 70 anos infetados numa semana. Desde o início do mês já houve mais de 10 mil idosos diagnosticados, com um novo recorde de 4800 casos detetados nesta faixa etária na segunda semana de novembro. Da última segunda-feira até ontem, ainda com esta terceira semana de novembro por terminar, já foram detetados mais 2926 casos nesta faixa etária, números que dependerá dos próximos dias se ficam ou não acima do registo da semana passada. Mas,mesmo havendo agora uma estabilização, nota-se uma subida dos casos no grupo dos 60 anos – grupo etário com maior risco.
Durante a semana, a DGS confirmou ao jornal i que há surtos ativos em 178 lares ou estruturas residenciais para idosos, mas não divulgou o total de idosos infetados em estruturas residenciais. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças chamou a atenção para o aumento das mortes nestas estruturas residenciais, considerando o risco muito elevado e recomendando a testagem regular dos funcionários, até com testes rápidos, nomeadamente nas zonas onde exista transmissão comunitária. Um situação que a DGS reconheceu que se verifica no país, sem especificar em que zonas.
Já ontem, ficou a saber-se que existem 68 surtos identificados em escolas (a maioria na região de Lisboa), numa altura em que a Fenprof acusa a tutela de não divulgar dados e indica que já houve ou há casos em mais de 800 escolas. Para ser considerado um surto, tem no entanto de haver dois ou mais casos ligados entre si. O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, revelou que o país encomendou 7,5 milhões de testes rápidos, mas que só devem chegar ao país no início do próximo ano. Até aqui foram feitos 30 mil testes rápidos no país.