Os grupos islâmicos radicais são implacáveis. Fanáticos que matam em nome de uma religião que apela à paz. Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Reino Unido, Espanha, Alemanha, Suécia, Áustria, França, Irlanda, Noruega… Quase nenhuma democracia do velho continente está a salvo. Porquê? Muitos interrogam-se. Seja qual for a razão, nada justifica os atos selvagens levados a cabo por indivíduos que pretendem atuar em nome de Allah.
Certos países europeus são criticados pela sua atitude arrogante face aos migrantes, às minorias étnicas, aos que têm uma ideologia ou religião diferentes. Muitos sentem-se discriminados e perseguidos. Curiosamente, os países alvo de ataques são os mais permissivos e tolerantes. Não se ouvem falar de atentados na Hungria, na Polónia ou na Eslovénia. O politicamente correto aplicado durante várias décadas, às vezes, tem consequências perversas.
Quando vivia nas Canárias assisti à chegada de barcos apinhados provenientes do norte de África. Homens, por vezes até mulheres e crianças, que arriscam a vida por um futuro melhor. Pagam somas exorbitantes às redes bem organizadas que os ‘ajudam’ na travessia. Passam fome, sede e frio porque acreditam no sonho europeu. Não creio que alguém tome, de ânimo leve, a difícil decisão de deixar a sua pátria sabendo que pode perder a vida no mar Mediterrâneo ou no oceano Atlântico. Nem todos são refugiados. Nem todos fogem da guerra. Nem todos vêm com vontade de aprender a língua e os costumes. Nem todos se contentam com um agasalho, um porto de abrigo e comida. Talvez a maioria sim.
E o que faz a amiga Europa? Adota um comportamento bipolar. Por um lado, fecha os olhos e tapa os ouvidos. Permite que milhares de indivíduos vivam em tendas e centros de acolhimento que de temporários se transformam em permanentes. Ignora os pedidos de auxílio da Grécia, Itália e Espanha, incapazes de fazer face aos seres humanos que desembarcam regularmente. Obriga os membros da União Europeia a receberem uma quota de migrantes, como se fossem apenas números. Fala em integração, mas não inclui. Defende a assimilação, mas não insere os indivíduos na sociedade. Paga milhões de euros à Turquia para que muitos dos que tentam passar por terra sejam retidos em solo turco. Por outro lado, tenta lavar a consciência e faz exatamente o oposto. Aceita indiscriminadamente todos os que lhe batem à porta. Concede a cidadania a pessoas que não falam a língua, que se opõem à harmonia entre diversas culturas e que não aceitam as leis europeias. Atribui casa e subsídios a famílias polígamas. Constrói mesquitas com dinheiro público.
Obviamente, os maus da fita que colocam bombas, decapitam, esfaqueiam e degolam são uma minoria, quase impercetível no meio da multidão. Mas essa minoria é implacável e os dirigentes políticos são hipócritas ou ingénuos se pensam que velas, homenagens e discursos de paz vão impedir um novo massacre. A população está dividida. A extrema-direita ganha terreno. O que não deixa de ser preocupante. Não há consenso entre os líderes europeus. Talvez seja necessário rever o papel da Frontex, as políticas de imigração, o acordo de Schengen, os critérios de atribuição de nacionalidade.
É urgente uma Europa reativa, unida e organizada face a um inimigo atroz. E de nada serve o eterno desabafo de alguns que dizem que o melhor seria ‘enviá-los para o país deles’ porque muitos terroristas são europeus, embora não se sintam como tal. As segundas e terceiras gerações conhecem mal a terra longínqua dos seus familiares. Vivem entre dois mundos, mas não pertencem a nenhum. Não têm raízes. Não são daqui nem de lá. Talvez por isso sejam uma presa fácil para os grupos radicais que, mediante, uma lavagem ao cérebro intensa, convencem-nos que o ocidente é o culpado de todas as desgraças do mundo. O terrorista mais cruel é o que ataca porque não tem nada a perder.