O número de doentes com covid-19 em unidades de cuidados intensivos passou ontem o patamar dos 500, numa altura em que há no país 589 camas reservadas para doentes críticos infetados. Esta semana é esperado o pico de infeções, mas a pressão sobre os hospitais deverá continuar a aumentar.
Tal como o i avançou esta segunda-feira, o colégio de Medicina Intensiva da Ordem dos Médicos considera que não se pode reduzir mais as camas de cuidados intensivos dedicadas a doentes não covid-19, já com uma ocupação de 85%.
Nos invernos passados, em que o país tinha menos de 600 camas de UCI disponíveis (este ano reforçadas para 1065 camas), a ocupação rondava estes valores, pelo que a esta altura os hospitais vivem já uma pressão idêntica à que se registava nos picos de inverno.
Os primeiros sinais são de menos gripe, mas há todo o inverno pela frente. A descida das temperaturas, além de favorecer a circulação de vírus, tende a levar a um aumento dos internamentos por descompensação de doenças crónicas. O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alertou que aliviar medidas pode levar a um novo aumento de casos. Portugal é agora o oitavo país a nível europeu com a situação mais crítica. A região Norte continua a registar a maior incidência, com mais 1300 positivos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.