O caso põe em causa a legitimidade da empresa BlackRock, que é a maior empresa de gestão de ativos e de fundos de investimentos do mundo, na realização de um estudo para a Comissão Europeia sobre a integração de objetivos ambientais, sociais e de governação (ESG) nas regras bancárias da UE.
Os eurodeputados bloquistas, Marisa Matias e José Gusmão, mostraram o seu desagrado com a escolha da gestora junto da Provedora de Justiça Europeia, argumentando que "se um proponente tem um interesse financeiro direto ou indireto no desenvolvimento de um mercado, porque investe nesse mercado, ou gere investimentos nesse mercado, existe um risco claro de que esses interesses possam influenciar o resultado do seu trabalho a seu favor".
Os bloquistas referiram como interesses que põem em causa a imparcialidade da BlackRock, para levar a cabo este estudo, o facto de a gestora ter participações na indústria de combustíveis fósseis, bem como ser acionista de diversos bancos de grande dimensão.
Na terça-feira, Emily O'Reilly, Provedora de Justiça Europeia, veio dar razão aos bloquistas, concluindo que há “preocupações legítimas em torno do risco de conflitos de interesse que poderiam ter um impacto negativo na execução do contrato, uma vez que a empresa tem manifestamente um interesse no desenvolvimento da futura regulamentação da UE que terá impacto sobre si própria e sobre os seus clientes". E deixou ainda o ‘recado’ de que "a Comissão Europeia deveria ter sido mais rigorosa".