A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, já reagiu à notícia da morte do ensaísta, professor, filósofo, escritor e crítico literário Eduardo Lourenço, que morreu esta terça-feira aos 97 anos.
Graça Fonseca “lamenta profundamente a morte” de Eduardo Lourenço e, numa nota enviada pelo gabinete da ministra, aponta que “foi um pensador arguto e sensível como poucos e incansável combatente do caos dos dias, com uma obra que se desenha como um mapa para navegar a identidade portuguesa. Destacou-se também para sua intervenção cívica, sempre própria e avessa a classificações, como exemplo de autoridade mas, ao mesmo tempo, de paixão e diálogo”.
Vencedor do Prémio D. Dinis (1995), o Prémio Camões (1996), a Medalha de Mérito Cultural (2008) e o Prémio Pessoa (2011), o filósofo “literário interpretou Portugal, pensou a Europa e interrogou o mundo, com uma liberdade e uma originalidade que o tornam não só um dos autores centrais da literatura portuguesa, mas também um farol cuja luz ilumina os séculos de pensamento e de cultura portuguesa”, pode ler-se na nota de pesar.
“Navegando até à essência espiritual do pensamento português, esbateu a fronteira entre filosofia e poesia e, aqui, desenhou a sua forma única de ler e observar Portugal”, diz ainda.
Para a governante, Eduardo Lourenço foi mesmo um “gigante da cultura europeia” e “através da sua obra foi e continuará a ser, uma mente-biblioteca, um lugar onde poderemos sempre ir procurar uma chave de leitura para descodificar e compreender o que somos e porque caminhos aqui chegamos”. A ministra salienta que “a maior dívida” do país para com o ensaísta é a o facto de as suas obras serem para sempre “um ponto de partida” para a cultura portuguesa. “Dos seus ensaios permanecerá o legado e o desafio de um autêntico museu da nossa cultura e identidade”, explica.