Eduardo Rodrigues, presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, disse só entrar na Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) quando “o contador da empresa estiver a zero”. Em causa está a intermunicipalização da STCP, que deverá entrar em vigor no fim deste mês, e que teve luz verde do Tribunal de Contas (TdC) na quinta-feira.
Apesar de a Câmara do Porto adiantar que o contrato se concretizará a 27 de dezembro, Eduardo Rodrigues não é tão otimista, uma vez que, apesar de ser o dia que consta no parecer do TdC, não confirmou que esta seja mesmo a data de início do processo, esperando que “o Governo feche o assunto até 31 de dezembro”.
Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, confessou também não garantir que a data anunciada seja real. “Não posso afiançar que o negócio vai ser feito ainda este ano. Acho que devemos ter toda a prudência. Se o princípio foi o contador a zero, o contador tem de estar a zero. Se há algum problema entre o Governo e a Área Metropolitana [do Porto], deve ser resolvido aí. A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) ou recebe da AMP, ou do Estado”, disse o autarca do Porto.
Moreira referiu ainda nesta terça-feira que a intermunicipalização da STCP só se efetivará após a cobertura de prejuízos de 15 milhões de euros decorrentes da diminuição da procura. Em resposta, o homólogo gaiense disse partilhar “da opinião dele [referindo-se a Rui Moreira] e a minha é igualzinha”. “É evidente que, para salvaguarda de Vila Nova de Gaia, o município só entrará na STCP com o pressuposto de começar do zero em termos de passivo. Gaia entra definitivamente no processo quando o contador da STCP estiver a zero”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.
A STCP é a empresa rodoviária que assegura a mobilidade coletiva nos municípios da Área Metropolitana do Porto, com exclusividade no concelho do Porto e viajando nos concelhos limítrofes, sendo eles Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Vila Nova de Gaia.