Depois de Países Baixos, Bélgica, Itália e Áustria terem anunciado este domingo a suspensão de voos do Reino Unido, para prevenir a eventual entrada de pessoas infetadas com a nova variante do Sars-Cov-2 detetada em Inglaterra, o Governo português afasta para já uma medida idêntica. Questionado pelo i sobre se estava a ser ponderada esta hipótese, o Ministério dos Negócios Estrangeiros respondeu que "é conhecida a posição portuguesa de privilegiar as medidas de proteção tomadas universalmente, em vez de restringir em demasia as possibilidades de circulação de pessoas que têm de viajar por razões essenciais (profissionais, por reunião familiar, etc.)".
O MNE informou ainda que segue "com atenção a evolução da situação epidemiológica do Reino Unido, privilegiando a cooperação estreita entre as autoridades de saúde dos dois países".
A nova variante, que as autoridades britânicas acreditam que estará ligada a uma disseminação mais rápida da infeção no sul do país e levou já o país a apertar restrições no Natal, foi detetada este mês e o primeiro alerta foi feito na segunda-feira passada. O i procurou perceber junto da DGS na semana passada quantos casos de covid-19 em Portugal foram associados a historial recente de viagem ao Reino Unido, mas ainda não foi feito esse balanço. O Instituto Ricardo Jorge está neste momento a concluir a análise de vírus que circulam em Portugal nesta segunda vaga da epidemia, numa amostra de 400 vírus que infestaram portugueses nas últimas semanas. A análise poderá permitir perceber se a variante em causa surge na amostra, que é a primeira analisada do ponto de vista genético nas últimas semanas. Até à semana passada não havia dados sobre se esta variante já tinha sido identificada no país.