A Cooplecnorte, empresa responsável pelo E.Leclerc, afirma que “não praticou qualquer ilicitude”, ao contrário daquilo que anunciou a Autoridade da Concorrência (AdC) na segunda-feira, que decidiu multar em 304 milhões de euros, no total, várias cadeias de supermercado, dois fornecedores de bebidas e dois responsáveis individuais por concertarem preços de venda.
A empresa informou esta terça-feira, em comunicado, que “irá impugnar judicialmente a decisão da Autoridade da Concorrência uma vez que não praticou qualquer ilicitude. É reconhecido face aos demais visados do processo não haver prova do seu envolvimento nos comportamentos identificados pela ADC que se materializem em formas de pressão, coação ou retaliação que contribuam para o controlo dos PVP praticados no mercado”.
Concretamente no caso da Cooplecnorte, a AdC acusou a empresa de fixar preços de venda ao consumidor de forma indireta de produtos da Primedrinks, fornecedora de bebidas alcoólicas, como os vinhos do produtor Esporão e Aveleda, os whiskies The Famous Grouse ou Grant´s, o gin Hendrick’s ou ainda a vodka Stolichnaya. Esta combinação de preços durou mais de dez anos, entre 2007 e 2017 e o objetivo seria a subida progressiva e gradual dos preços no mercado de retalho.
“Com mais de 70 anos de história, o E.Leclerc realizou inúmeros combates na defesa do poder de compra dos consumidores expondo de forma clara todas as distorções de mercado que impeçam a livre concorrência e a prática de preços baixos. Repudiamos por isso toda e qualquer prática que lese o interesse dos consumidores e que impeça a aplicação de preços baixos”, diz ainda a empresa, adiantando ainda que “o não alinhamento de preços” das suas lojas é “reconhecido e documentado”, e por isso contestam “qualquer acusação de concertação”.