Por Ana Roma Torres
Agora que o Natal se aproxima e que até se aliviaram algumas restrições começamos a sentir que esta época especial está a chegar.
Está a chegar cheia de polémica, entre aqueles que concordam com o alívio das medidas e os que acham que os efeitos serão piores.
Está a chegar cheia de incerteza, porque não só nos questionamos sobre o que vamos fazer, mas também não sabemos exatamente o que nos espera.
Está a chegar envolto em novas formas de viver às quais nos estamos ainda a adaptar e a moldar a cada dia que passa.
Mas em cada Natal há uma esperança que entra em muitos de nós. Ainda que não possamos ser ingénuos e negligenciar todos aqueles que não têm Natal ou para quem esta época é de más recordações e ausências sofríveis, a magia do Natal e a esperança desta época existe.
Este ano uma esperança que vive ainda nas vacinas que vão chegando e numa luz ao fundo do túnel que todos queremos ver para sair desta pseudo-normalidade.
É este fator esperança que também invade as marcas e a sua comunicação, na antevisão de um novo ano que todos queremos – e este ano mais do que nunca – melhor.
É esta esperança que pode dar chance a novas oportunidades e que pode levar marcas a marketeers a irem mais longe, a arriscarem.
Numa altura em que se quer ao máximo reduzir o risco: o de contágio, o de perder alguém, o de perder algo, o de se estar sozinho… poderá ser uma altura para as marcas contra tudo e contra todos arriscarem?
A verdade é que é esta esperança que nos invade nesta época do ano que nos dá um sentimento de closure sobre o ano que vivemos, abrindo de forma descomprometida todo um novo ano.
É esta esperança que faz com que as campanhas se tornem mais emocionais nesta altura do ano . Uma altura que de tão emocional se torna também tão importante a nível comercial e que, como tal, é sempre trabalhada com elevadas doses de criatividade e amor e carinho.
Talvez seja esta esperança e esta magia que leva a um pico de consumo e de comunicação das marcas e que nos faz acreditar que tudo pode correr bem. Assim era bom que esta esperança invadisse as estratégias levando melhores produtos, soluções e compromissos para os tempos que aí vêm. A esperança ainda que não possamos medir pode ser o fator fundamental de reviravolta de uma marca ou produto, mostrando a atitude certa numa altura tão complicada.
Sem paternalismos, desculpas ou subterfúgios, mas com a firme convicção de que a esperança pode de facto ajudar-nos a mudar – e a melhorar – o mundo.
*Diretora Criativa Havas Sports & Entertainment
É esta esperança que nos invade nesta época do ano que nos dá um sentimento de closure sobre o ano que vivemos, abrindo de forma descomprometida todo um novo ano…