Escolas podem ter de reforçar cuidados no 2.º período

ECDC concluiu que escolas não terão sido a força motora da segunda vaga. Mas variante inglesa suscita reservas.

Com milhares de alunos por toda a Europa agora em casa para o Natal e, desta vez, depois de um primeiro período com menos tablets e aulas à distância do que aconteceu no final do ano letivo passado, o Centro Europeu de Controlo e Prevenção das Doenças (ECDC na sigla inglesa) divulgou esta quinta-feira uma primeira avaliação do impacto da abertura das escolas na pandemia. A conclusão: «O regresso à escola das crianças a partir do meio de agosto coincidiu com um relaxamento geral de outras medidas de intervenção não farmacológica em muitos países e não parece ter sido uma força motora do aumento de casos observados em muitos Estados-membros a partir de outubro». 

Entre 1 de agosto e 29 de novembro sabe-se agora que foram reportados à autoridade europeia de saúde pública cerca de 23 mil casos de crianças até aos quatro anos, 75 mil entre os cinco e os 11, 67 mil entre os 12 e os 15 e perto de 67 mil entre os 16 e os 18. Registaram-se a nível europeu seis mortes de crianças infetadas com covid-19 até aos 11 anos de idade, 16 entre os 12 e os 15 e seis mortes entre os 16 e 18. O ECDC concluiu que as crianças e jovens até aos 18 anos têm menores taxas de hospitalização, casos graves e mortes do que os outros grupos etários e que, em termos de incidência, a taxa de ataque entre os 16 e os 18 anos é idêntica à dos adultos entre 19 e 39. O ECDC conclui também que os auxiliares e professores não parecem ter estado sujeitos a um maior risco de infeção, considerando, no entanto, que os contextos em que estão expostos a jovens mais velhos ou muitos adultos podem ser associados a um risco maior. Havendo o consenso de que o fecho das escolas na primeira vaga acarretou elevados prejuízos, os peritos europeus consideram que as medidas implementadas nas escolas para garantir distância e higiene e prevenir concentrações são essenciais. 

À espera de mais dados No relatório agora divulgado surge o alerta de que esta análise não inclui ainda informação epidemiológica sobre novas variantes, nomeadamente a que foi detetada no Reino Unido, onde já houve um alerta público da equipa de peritos que vigia o vírus de que parece ser mais transmissível em crianças abaixo dos 15 anos. «Se este reporte inicial sobre uma maior transmissibilidade em crianças da VOC 20212/01 vier a confirmar-se, ela poderá ter implicações na eficácia das medidas em ambiente escolar e no potencial encerramento de escolas nos países onda exista maior circulação desta variante», refere o ECDC.