O impacto das restrições impostas pelos Governos para fazer face à covid-19 nos profissionais da cultura e no setor como um todo, afinal, terá sido mais severo do que anteriormente assumido. Esta é a conclusão de um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO na sigla em inglês), que em resposta à pandemia lançou um exercício de monitorização global para avaliar, entre outras coisas, o impacto no setor cultural, com uma ferramenta sob a forma de um boletim semanal intitulado Cultura & Covid-19: impacto e resposta.
O documento não só recolhe dados atualizados como define um guia de políticas. Este surge em resposta à crise, que levou ao encerramento de muitos cinemas, teatros e livrarias e privou artistas de oportunidades profissionais, servindo como um diagnóstico global e um conjunto de ferramentas para os decisores, tendo o relatório sido publicado em formato de guia de políticas a adotar, intitulado Cultura em Crise: Um Guia de Políticas para um Setor Criativo Resiliente. O intuito é ajudar os Governos a enfrentar os desafios que os artistas e os profissionais culturais enfrentam, e além de uma série de soluções práticas há ainda conselhos sobre como reforçar a resiliência das indústrias criativas no futuro.
«O setor, que representa 30 milhões de empregos, está a lutar pela sobrevivência e precisa da nossa ajuda. A cultura tem-nos ajudado a sair da crise. Agora temos de ajudar a cultura e apoiar a diversidade à qual deve a sua força», afirmou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.