Boas Festas e muita coragem!

Os animais fazem parte do meu mundo, povoam o meu universo espiritual. Por isso deverão entender a minha indignação e Revolta perante a notícia de uma ‘caçada’ numa herdade do Ribatejo, na qual 16 tipos mataram 540 animais de grande porte 

1. Pensei, antes de escrever este texto, que, para honrar todos aqueles que, antes e depois de Cristo, procuraram criar um mundo humano, de fraternidade e justiça, a mensagem principal deveria ser de confiança, de reencontro, connosco próprios e com os outros, de comprometimento mútuo em sermos ‘melhores’ e, assim, ‘darmos as mãos’ para um Portugal e um mundo de paz e de acolhimento de todos.
Não se pense que estas são palavras ‘fofinhas’, de circunstância. Não, elas, de facto, são como terramotos (e maremotos) que procuram derrubar e varrer os escombros humanos, espirituais e sociais que nos aprisionam diariamente naquelas vidas pequeninas de inveja, de ambição, de afirmação pessoal estúpida, de agressividade, com que nos habituámos a falar (nesta pós-modernidade líquida) uns com os outros, desde os meios políticos à comunicação social e nas ‘redes sociais’. Parece que já nem sequer somos ‘tribos’ numa nação desgarrada, como aquelas dos ‘bairrismos’ ou das ‘fidelidades partidárias ou clubísticas’; agora ainda andamos mais desgarrados, verdadeiramente tresmalhados num ‘cada um por si’ neste paroxismo ‘liberal’. Fazer todo o caminho ao contrário, no sentido do reencontro, do respeito mútuo e da convergência até à reconstrução da Pátria (a grande família dos portugueses, e dos que connosco queiram partilhar os esforços e os frutos do presente e do futuro) é, de facto, um grande desafio. Mas é possível e é, também, necessário, caso contrário soçobraremos…

2. Tenho andado, desde há dois meses, a tratar de uma pequena ninhada de cães da minha cadela Becas. Tenho visto muitos vídeos no YouTube ou que os amigos e familiares me enviam sobre as relações entre humanos e animais e entre animais de espécies diferentes (www.youtube.com/watch?v=-wkdH_wluhw). Talvez por isso, os animais fazem parte do meu mundo, povoam o meu universo espiritual. Por isso deverão entender a minha indignação e Revolta perante a notícia de uma ‘caçada’ numa herdade do Ribatejo, na qual 16 tipos mataram 540 animais de grande porte (veados e javalis). Vi, de fugida, uma foto, já que, apesar de alguma preparação como militar, seria incapaz de aprofundar aquela visão tipo Auschwitz sem que saltasse num ímpeto de vingança espontânea e proporcional.
Senti que aqueles animais, para além de ‘meus amigos’ eram meus compatriotas portugueses, aqui nascidos, que duas dezenas de pedaços de ‘m….’ humana vieram trucidar no meu país.
Este episódio só mostra ao ponto a que chegámos, como Nação, como Estado, como país. Os ‘nossos’ governos querem que, pelo turismo, sejamos criados de servir dessa estrangeirada que nos apequena todos os dias. Qualquer dia, até poderemos ver os nossos filhos e filhas serem sacrificados no circo ‘cinegético’ das diversões e prazeres bestiais dessa gente.

3. As eleições americanas terminaram; os democratas, civilizados, cosmopolitas e ‘moderninhos’ portugueses, incluindo os da comunicação social, devem estar muito contentes, felizes, mesmo, porque batalharam muito pelo ‘vitorioso’. Recomendava-lhes a leitura de Franco Nogueira sobre as diferenças entre os democratas e os republicanos norte-americanos. E, já agora, também as suas reflexões sobre a participação da Inglaterra na UE. Vamos ver o resultado do Brexit…
Sobre assuntos atuais de geopolítica, recomendo aos leitores que procurem na net por dois nomes: Kishore Mahbubani, diplomata e académico singapurense, e Pedro Baños, Coronel do Exército de Espanha. Vejam, nestes dias de confinamento, os vídeos destes senhores no YouTube. O primeiro, numa perspetiva global, especialmente quanto à emergência do Oriente e da China; o segundo, numa perspetiva mais ibérica e europeia. Vale a pena.