A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) recebeu em média 43 reclamações por dia no primeiro semestre do ano, um total de 7756, que representa uma descida de 11% face ao mesmo período do ano passado (altura em que foram registadas 8713 queixas), foi divulgado esta terça-feira.
O relatório conclui que o setor rodoviário contabiliza 59,6% do total das reclamações, seguindo-se o setor ferroviário, com 35,4%, e o setor fluvial, com 4,1%.
Nos três primeiros meses do ano, foram registadas mais reclamações do que no mesmo período de 2019: mais 67% em janeiro, 71,8% em fevereiro e 30,6% em março.
No entanto, no segundo trimestre do ano, verificou-se uma diminuição das reclamações, face aos meses homólogos do ano passado, com os meses de abril, maio e junho a apresentarem reduções na ordem dos 52,7%, 70,9% e 44,2%, respetivamente. "Estes valores são explicados pelas restrições à mobilidade das pessoas impostas após ter sido decretado o primeiro estado de emergência, a 18 de março de 2020, devido à pandemia de covid-19, refletindo-se em reduções significativas da oferta, situação que foi sofrendo oscilações em função das variações na procura", lê-se no relatório da AMT.
No total de 17 motivos principais de reclamações, 68,4% prendem-se com queixas sobre o "cumprimento defeituoso, cumprimento não conforme com o contrato, incumprimento", os "preços, pagamento, bilheteiras", e a "qualidade do atendimento, atendimento deficiente nos estabelecimentos e no atendimento telefónico", os mesmos motivos invocados pelos utentes no primeiro semestre de 2019. A AMT adianta ainda que “do total das 7.756 reclamações apuradas, 990 estão relacionadas com a pandemia”, sobretudo situações referentes a "pedidos de reembolso devidos pelo cancelamento de serviços", "não cumprimento de regras de higienização", "não cumprimento de regras de distanciamento físico", "questões de segurança" e "uso de máscaras".