O agente da PSP que terá ajudado Ljubomir Stanisic a desrespeitar o confinamento para passar a Páscoa em Grândola, Nuno Marino, terá emprestado igualmente a própria farda a uma família que perseguia traficantes para lhes roubar a droga e depois vendê-la, para ganhar dinheiro, suspeita o Ministério Público (MP), segundo o Jornal de Noticias.
Na segunda-feira, o jornal Público noticiou que Nuno Marino e outro agente, Pedro Mestre, da esquadra da Quinta da Cabrinha em Alcântara, emprestaram fardas da polícia ao clã de uma carteira do elétrico 28. Desta forma, o haxixe e a cocaína eram-lhes cedidos por coação ou, então, disfarçados de polícia, os elementos do clã pagavam com dinheiro falso para venderem a droga a seguir.
Por trás desta operação estaria o carteirista José Cardoso, conhecido por Xula, que há três anos liderava um restaurante chamado Made In Correeiros, onde cobrava preços muito altos por refeições simples a turistas no centro de Lisboa. Ora, segundo o MP, o estabelecimento era apenas uma fachada para os negócios de tráfico de droga daquela família.
Segundo o JN, quando a polícia era chamada ao local por causa dos preços exorbitantes que nem sequer constavam da carta, apareciam sempre Nuno Marino, e outro agente. A Direção Nacional da PSP garantiu à mesma fonte que o polícia já está suspenso.
Recorde-se que o Observador chegou a noticiar que Pedro Mestre e Nuno Marino terão colaborado com arguidos do processo Dupla Face, vendendo droga em troca de refeições gratuitas. O Ministério Público aponta que Pedro Mestre também terá vendido carteiras roubadas.